Caminhada 'Mulheres por Justiça Climática' retoma legado do Planeta Fêmea na COP 30 em Belém
Ato reúne artistas, autoridades e lideranças feministas para reafirmar o protagonismo das mulheres na defesa da Amazônia e na luta contra a crise climática
No domingo, 16 de novembro, Belém será palco da caminhada “Mulheres por Justiça Climática – Do Mar do Rio 92 às Águas de Belém na COP30”, que conecta o legado do Planeta Fêmea, criado durante a Eco-92, à conferência climática que acontece até o dia 21, reafirmando o protagonismo das mulheres na defesa da vida, da Amazônia e da justiça climática.
O ato terá concentração às 12h30, na Estação das Docas, e é organizado por movimentos como a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), ANMIGA, Instituto Alziras, Marcha das Margaridas e Marcha das Mulheres Negras, reunindo vozes feministas, antirracistas e internacionalistas de todo o Brasil e da América Latina.
A programação começa com a chegada do Barco Feminista e Antirracista, que partirá da UFPA, sede da Cúpula dos Povos, levando 100 representantes de movimentos sociais, autoridades, artistas e lideranças feministas. Entre as presenças confirmadas estão: Maria Gadú, Célia Xakriabá, a ministra das Mulheres Márcia Lopes, a ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara e a diretora executiva da COP30, Ana Toni. Também foram convidadas Anielle Franco, Marina Silva e Janja Lula da Silva.
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Após o desembarque, a caminhada seguirá até a Praça da República, com performances, tambores, cânticos e homenagens a defensoras da floresta, como Antônia Ferreira dos Santos e Marly Vianna Barroso. A chegada será marcada pela exibição do vídeo original do Planeta Fêmea (1992), símbolo do pacto global das mulheres pela Terra.
“Trata-se de uma ponte entre distintas gerações de mulheres que, há 33 anos, plantaram as sementes de resistência que hoje são colhidas e replantadas, renovando o pacto feminista e antirracista pela vida na Terra. Será um manifesto poético e político da Amazônia para o mundo”, afirma a organização sobre o evento.
O legado do Planeta Fêmea: início de um pacto global das mulheres pela Terra
Criado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), o Planeta Fêmea foi um espaço simbólico e independente que reuniu mulheres e autoridades de todo o mundo no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Lideranças globais e ativistas ecofeministas se encontraram para discutir temas como biodiversidade, direitos da terra, segurança alimentar e sustentabilidade, a partir da perspectiva das mulheres.
O evento resultou na elaboração da “Agenda 21 das Mulheres”, documento que integrou as discussões oficiais da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
A abertura simbólica do Planeta Fêmea ocorreu na Praia do Leme, com o lançamento de um barco ao mar carregando cartas escritas por mulheres de diversos países, em defesa do planeta — gesto que inspira o ato que será retomado agora, em Belém.
Assim como há 33 anos, o barco lançado nas águas do Rio Guamá simboliza a renovação do pacto feminista e antirracista pela vida na Terra, reafirmando a centralidade das mulheres na construção de soluções para a crise climática e na defesa dos territórios.
Serviço
Mulheres por Justiça Climática – Do Mar do Rio 92 às Águas de Belém 30
- Data: Domingo, 16 de novembro de 2025;
- Concentração para a caminhada: 12h30, Estação das Docas (Belém/PA);
- Saída do Barco: 12h, Universidade Federal do Pará – Cúpula dos Povos;
- Atracação: 13h, Estação das Docas;
- Percurso da Caminhada: Estação das Docas → Praça da República;
- Encerramento: Apresentações culturais e Banquetaço na Praça da República.
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