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Artistas criam painel em muro da UFPA para alertar sobre a devastação na Amazônia

Alguns materiais coletados para a realização do grafite são da aldeia Anambé e da comunidade quilombola Cacoal

Victoria Rodrigues

Com o propósito de possibilitar uma reflexão com relação às mudanças climáticas no planeta, diversos artistas do grafite do movimento de arte e ativismo nacional “Megafone Artivismo” escolheram o portão principal da Universidade Federal do Pará (UFPA) para realizar a criação de um mural em grafite referente à COP 30. A pintura iniciou nesta segunda-feira (19) e seguirá até a próxima quinta-feira (22).

A intervenção artística começou com a limpeza e preparação da grande tela, que está sendo o muro do portão 1 da UFPA. Esse processo inicial inclui a mistura e testagem das tintas, o preparo da argila das ilhas próximas a Belém, e diversos outros materiais naturais recolhidos da Região Amazônica. 

Segundo a assessoria do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30, o trabalho está sendo desenvolvido em parceria com o Coletivo Mairi de artivistas indígenas e o Movimento Ciência e Vozes da Amazônia da UFPA.  Os integrantes do coletivo que assinam este projeto artístico são: And Santtos/ PA (que fez a intervenção artística no prédio do PPGL/UFPA), Tai/PA artista indígena, Cely/PA artista indígena, além do artivista Mundano/SP (fundador do Megafone Ativismo). 

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Identidade amazônica

Em meio à pintura, é possível observar alguns elementos que remetem à identidade artística da Amazônia, como o próprio material coletado em um território indígena, na aldeia Anambé, demarcada como a terra indígena mais próxima da capital paraense. E outra parte do material foi recolhido da comunidade quilombola Cacoal (Mojú/PA), diretamente da Casa de Farinha do quilombo, a fim de reconhecer a importância dos povos tradicionais como os guardiões de suas culturas ancestrais.

Para dar cor à sua obra de arte, os artistas ainda utilizam como pigmento as argilas das ilhas de Caratateua e Cotijuba, empregadas no processo de pintura do painel. Nisso, os próximos passos para a continuação da grafitagem, serão a inclusão do carvão e das cinzas de queimadas ocorridas em 2024, que destruíram 40 mil hectares de floresta, dos 80 mil hectares que existiam originalmente nesse território.

(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web em Oliberal.com)

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