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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Julgamento de Bolsonaro no STF: impactos políticos e da denúncia por tentativa de golpe

Rodolfo Marques

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o dia 25 de março de 2025 o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e outros sete acusados, incluindo ex-ministros de seu governo, por participação em planejamento de atos preparatórios para uma tentativa de golpe de Estado, após as eleições presidenciais de outubro de 2022. 

A denúncia, formulada pelo procurador-geral Paulo Gonet, acusa Bolsonaro e alguns seus aliados de pensarem um plano para destruir a ordem democrática e impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP). As acusações incluem conspiração para abolição do Estado de Direito e associação criminosa armada. 

Este julgamento possui efetivas implicações políticas e eleitorais. Bolsonaro já foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, em dois processos, devido a abuso de poder político e econômico. 

Uma eventual condenação no STF pode resultar em pena de reclusão, afetando de forma substantiva o cenário político brasileiro e a reorganização das forças conservadoras para as próximas eleições. A importância institucional deste julgamento é inegável. Ele reafirma o compromisso das instituições brasileiras com a defesa da democracia e da ordem constitucional. Ao assegurar que figuras públicas de alto escalão sejam responsabilizadas por suas ações, o STF fortalece o Estado Democrático de Direito e envia uma mensagem clara contra quaisquer tentativas de subversão democrática. 

A responsabilização de Bolsonaro e de seus ex-ministros, caso seja comprovada sua culpa, consolidará a força das instituições brasileiras e servirá como um marco na defesa da democracia. A transparência e o rigor processual são cruciais para evitar alegações de perseguição política e assegurar que a justiça seja efetivamente cumprida.

Os movimentos de subversão articulados entre 2022 e 2023 representam, pois, uma afronta direta à democracia brasileira e ao Estado de Direito. A gravidade dessas acusações evidencia não apenas o desprezo de determinadas figuras pelo resultado eleitoral, mas também a disposição em fragilizar as instituições para se manterem no poder. Uma eventual impunidade abriria precedentes perigosos para futuras investidas autoritárias, enfraquecendo a confiança da sociedade nas regras democráticas.

Esse julgamento não é apenas sobre o passado recente, mas sobre o futuro do país e a necessidade de barrar qualquer ameaça autoritária que possa comprometer as liberdades e os direitos fundamentais da população. O Brasil completa 40 anos de redemocratização em 2025 (após 21 anos de período autoritário militar) e precisa seguir em frente, aperfeiçoando processos e amadurecendo instituições.  

 

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