Encontro bilateral entre Biden e Bolsonaro mostra dissonância de intenções Rodolfo Marques 10.06.22 19h01 Dentro da Cúpula das Américas 2022, realizada em Los Angeles, entre os dias 06 e 10 de junho, ocorreu a tão esperada reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Partido Democrata), e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL). Foi o primeiro encontro oficial entre ambos. O chefe do executivo brasileiro, apoiador e fã declarado do ex-presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), trouxe à tona, novamente, assuntos domésticos do processo eleitoral brasileiro. Na sua fala, Bolsonaro reforçou sua ideia a respeito de querer “eleições limpas, confiáveis e auditáveis”, defendendo a já superada questão do voto impresso e colocando em dúvida o uso das urnas eletrônicas. Ao mesmo tempo, destacou que é correta a postura do governo brasileiro em relação à preservação do meio ambiente no país, além de reiterar a soberania nacional em relação à Amazônia. Bolsonaro afirmou que deixará o “governo de forma democrática”, quando encerrar o seu mandato. Na conversa com Biden, foi como se o presidente brasileiro mimetizasse seus diálogos com eleitores/apoiadores comuns no entorno dos Palácios da Alvorada e do Planalto – falas nem sempre amparadas em fatos assentados na realidade. Por outro lado, Joe Biden reforçou as preocupações da nação estadunidense com os processos democráticos dentro do Brasil, com o funcionamento das instituições e com os problemas ambientais. É importante lembrar que Jair Bolsonaro foi o último integrante do G-20 a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro de 2020 nos Estados Unidos. Pouco antes do encontro entre os dois presidentes, até o ator Mark Ruffalo se manifestou, fazendo críticas, via Twitter, ao presidente brasileiro. Bolsonaro respondeu a ele, pela mesma mídia social, de forma irônica. Ainda nesse contexto – e já fora do encontro bilateral – Bolsonaro destacou que as Forças Armadas do Brasil continuam as buscas ao jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista Bruno Araújo Pereira, embora ele continue atribuindo parte da responsabilidade do(s) ocorrido(s) aos próprios desaparecidos – Phillips e Bruno sumiram em 05 de junho. Encontros bilaterais são sempre importantes dentro do contexto das relações diplomáticas e da política internacional de quaisquer países. Todavia, o Brasil vem perdendo muito espaço dentro do espectro global nos últimos tempos, em especial a partir de janeiro de 2019, devido, principalmente, a uma política externa muito equivocada do então ministro Ernesto Araújo – e também vinculada às próprias posturas do atual mandatário brasileiro. Assim, mesmo que Biden e Bolsonaro tenham tido falas dissonantes no breve encontro ocorrido na Califórnia, espera-se que as relações entre Estados Unidos e Brasil possam ser fortalecidas para além de divergências ideológicas e com o foco nos processos institucionais – e não em simpatias ou antpatias pessoais. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09