Eleições 2022: Bolsonaro recupera votos de 'arrependidos' e avança na esfacelada 3ª via Rodolfo Marques 12.08.22 23h32 Os números divulgados na segunda semana de agosto na pesquisa BTG Pactual/FSB, juntamente com outros levantamentos, indicam alguns movimentos importantes no que se refere às intenções de voto no presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Ao investir na pauta moral/valores conservadores e nos constantes ataques às urnas eletrônicas e às instituições, Bolsonaro conseguiu manter seus 25% de sua base mais fiel – e que está com ele desde 2018. Além disso, ele também viabilizou a recuperação de parte de eleitores que estiveram com ele no último pleito, mas que haviam se arrependido, em virtude de um governo com muitos erros e com ações descontroladas e radicais do presidente. Alguns desses números podem ser observados na lenta, mas consistente recuperação da avaliação da própria gestão federal, com a diminuição nos índices de “ruim” e “péssimo”. Ainda nesse contexto, há um aumento da presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na campanha à reeleição. Michelle vem emulando, em termos de discurso, a ideia de uma guerra religiosa, do “bem contra o mal”, para reforçar a conexão com alguns grupos – como parcelas significativas de correntes evangélicas –, em detrimento de outros. A presença da primeira-dama no processo eleitoral pode ser importante para que Bolsonaro amplie sua margem de diálogo junto às mulheres. Outra questão importante nesse cenário pré-eleitoral é o pagamento de benefícios sociais e auxílios entre os meses de agosto e dezembro de 2022. A prática populista tende a trazer impactos positivos para a candidatura de Bolsonaro, apesar das consequências perigosas nos campos fiscal e da conjuntura econômica. Ao mesmo tempo, o candidato à reeleição mimetiza falas públicas com transferência de responsabilidade de problemas para outros atores políticos, como governadores e prefeitos, e para instituições – como o Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse contexto, Bolsonaro pode ter volta outras parcelas de “arrependidos” para o seu grupo de eleitores. Por fim, o aumento nas intenções de votos em Jair Bolsonaro também pode sinalizar o processo de esfacelamento da “terceira via”, juntamente ao reforço do antipetismo. Na ausência de candidaturas competitivas além das do ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro, parcelas do eleitorado tendem a se movimentar para ambos, abandonando as demais possíveis preferências. O terceiro colocado nas pesquisas, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), por exemplo, continua com índices inferiores a dois dígitos – e, em sua estratégia de comunicação política, vem priorizando fazer ataques ao candidato petista, beneficiando, de certa forma, o movimento bolsonarista. Ainda há um longo caminho a ser percorrido até 02 de outubro – apesar de, paradoxalmente, serem poucas semanas de campanha oficial. Os comitês eleitorais de Lula e de Bolsonaro vão jogando suas “cartas” e avaliando sempre o movimento adversário. A melhor calibração dessas estratégias, na conquista dos votos dos indecisos, principalmente, deve definir o vencedor nas já históricas eleições presidenciais em 2022. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Governo encurralado: como Lula III pode governar com um Congresso que só quer sangrar e barganhar? 24.06.25 15h10 Rodolfo Marques A resiliência de Lula e os desafios de um novo tempo 17.06.25 15h00 Rodolfo Marques Desgaste recorde e desaprovação acendem alerta no Planalto sobre futuro de Lula 10.06.25 16h15 Rodolfo Marques Marina Silva enfrenta machismo no Senado e reforça luta por democracia e sustentabilidade 03.06.25 14h00