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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Cúpula dos Povos cobra ação real da COP 30 e exige justiça social pela Amazônia

Rodolfo Marques

O encerramento da Cúpula dos Povos, na UFPA, no contexto da COP 30, neste domingo (16), deixou claro que alguns passos importantes foram dados. Participaram, entre outros, o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, e ministros como Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Guilherme Boulos (Secretaria-Geral do Governo). Ao mesmo tempo, os movimentos populares que participaram da cúpula entregaram uma “Declaração Final” que critica frontalmente o modelo económico vigente, rejeita “falsas soluções de mercado” e exige financiamento público, taxação dos mais ricos, reforma agrária e proteção dos territórios indígenas e tradicionais. 

Quando a Cúpula afirma que “a Amazônia tem gente além das árvores”, ela está lembrando que os rostos humanos, comunidades tradicionais, quilombolas e juventudes periféricas não podem ficar nas margens do debate. A participação de alto nível do governo e da presidência da COP representa avanço, mas corre o risco de se limitar a simbolismos se as demandas da sociedade civil não se refletirem em decisões concretas no “lado de dentro” da Blue Zone, onde ocorrem as negociações oficiais. A carta entregue pela Cúpula dos Povos visa justamente isso: inserir vozes sociais na arena formal.

Para o Brasil, e em especial para a região amazônica, essa COP 30 é de fato uma oportunidade histórica. Na presença de ministros e de representantes dos povos originários, há uma janela para que a Amazônia seja tratada como protagonismo humano e não apenas como “recursos”. Mas vale perguntar: as negociações estão preparadas para incorporar essa urgência ampliada? A reivindicação de “reforma agrária popular”, por exemplo, está longe de ser um tema marginal. 

Em síntese, a Cúpula dos Povos deixou a mensagem clara: se a COP 30 quiser ser mais do que um evento técnico, ela terá de escutar, e agir, respeitando que as soluções climáticas passam por justiça social, não apenas por cifras. O encerramento em Belém marca não o fim, mas o começo de uma cobrança — e o desafio é saber se o palco oficial acompanhará o compasso da mobilização. A pergunta permanece: estaremos prontos para ver as palavras se transformarem em poder e mudança real?

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