Cúpula dos Povos cobra ação real da COP 30 e exige justiça social pela Amazônia Rodolfo Marques 17.11.25 22h45 O encerramento da Cúpula dos Povos, na UFPA, no contexto da COP 30, neste domingo (16), deixou claro que alguns passos importantes foram dados. Participaram, entre outros, o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, e ministros como Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Guilherme Boulos (Secretaria-Geral do Governo). Ao mesmo tempo, os movimentos populares que participaram da cúpula entregaram uma “Declaração Final” que critica frontalmente o modelo económico vigente, rejeita “falsas soluções de mercado” e exige financiamento público, taxação dos mais ricos, reforma agrária e proteção dos territórios indígenas e tradicionais. Quando a Cúpula afirma que “a Amazônia tem gente além das árvores”, ela está lembrando que os rostos humanos, comunidades tradicionais, quilombolas e juventudes periféricas não podem ficar nas margens do debate. A participação de alto nível do governo e da presidência da COP representa avanço, mas corre o risco de se limitar a simbolismos se as demandas da sociedade civil não se refletirem em decisões concretas no “lado de dentro” da Blue Zone, onde ocorrem as negociações oficiais. A carta entregue pela Cúpula dos Povos visa justamente isso: inserir vozes sociais na arena formal. Para o Brasil, e em especial para a região amazônica, essa COP 30 é de fato uma oportunidade histórica. Na presença de ministros e de representantes dos povos originários, há uma janela para que a Amazônia seja tratada como protagonismo humano e não apenas como “recursos”. Mas vale perguntar: as negociações estão preparadas para incorporar essa urgência ampliada? A reivindicação de “reforma agrária popular”, por exemplo, está longe de ser um tema marginal. Em síntese, a Cúpula dos Povos deixou a mensagem clara: se a COP 30 quiser ser mais do que um evento técnico, ela terá de escutar, e agir, respeitando que as soluções climáticas passam por justiça social, não apenas por cifras. O encerramento em Belém marca não o fim, mas o começo de uma cobrança — e o desafio é saber se o palco oficial acompanhará o compasso da mobilização. A pergunta permanece: estaremos prontos para ver as palavras se transformarem em poder e mudança real? Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Cúpula dos Povos cobra ação real da COP 30 e exige justiça social pela Amazônia 17.11.25 22h45 cop 30 em belém Aldeia COP: onde a floresta ganha voz e o futuro do clima aprende a escutar 13.11.25 18h00 cop da amazônia Belém assume o palco global: legado, ciência e urgência na abertura da COP-30 10.11.25 18h00 Rodolfo Marques COP-30 na Amazônia: ponto de virada ou palco de promessas adiadas? 09.11.25 9h00