Bolsonaro mantém atritos com instituições e atores públicos como estratégia de comunicação política Rodolfo Marques 20.05.22 20h12 O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL-RJ), vem mantendo uma estratégia de comunicação política que combina o fortalecimento da sua base aliada, o uso constante das plataformas digitais e a manutenção de conflitos com instituições e com atores públicos. Em desvantagem em todas as pesquisas de intenção de voto realizadas no Brasil neste ano de 2022, Bolsonaro tem sido fiel ao seu plano de campanha eleitoral permanente, algo presente desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2019. Todavia, ressalte-se que, enquanto candidato em 2018 e em mandatos parlamentares outrora ocupados, o hoje incumbente do Planalto se mostrava contrário ao instituto da reeleição. Dentro de seus núcleos mais próximos, Bolsonaro mantém um discurso que combina palavras como “Deus”, “Pátria” e “Família” e estimula os seus apoiadores a se manifestarem em todas as searas possíveis. A retórica bolsonarista emerge de forma muito evidente em determinados grupos, como parte dos evangélicos, dos defensores da ideologia conservadora e de parcelas significativas de militares e de empresários ligados ao agronegócio. E, nesse sentido, Bolsonaro permanece, de forma intacta, com pelo menos 25% de apoio da sociedade brasileira. Ao memo tempo, Jair Bolsonaro continua muito ativo nas plataformas digitais, com suas lives semanais às quintas-feiras, com sua intensa participação no Twitter e com suas postagens em diversos grupos do Telegram, por exemplo. Em paralelo, o seu filho “02”, o vereador pela cidade do Rio de Janeiro-RJ, Carlos Bolsonaro (Republicanos), usa todas as principais ferramentas de engajamento para manter aguerrida a base de apoiadores, com o foco voltado, por óbvio, para as eleições de outubro. Por fim, o candidato à reeleição prossegue apostando nos atritos e nos conflitos com algumas instituições, como o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e a Petrobras – esta, uma sociedade de economia mista, em que o Estado brasileiro é o principal acionista. Não faltam brigas públicas com o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Não são economizados ataques às urnas eletrônicas. E são constantes as críticas desferidas à gestão da Petrobras, em especial a respeito dos preços dos combustíveis e aos lucros da empresa. É uma estratégia de terceirização de responsabilidades, no estilo “eu tentei, mas não deixaram”. É uma premissa que pode convencer, ainda, muitos eleitores. Bolsonaro vem “queimando seus cartuchos” nesse período pré-campanha. Destarte, nesse contexto, é essencial que prossigam as observações sobre os movimentos políticos de Jair Bolsonaro, não somente para mensurar a eficácia de suas estratégias de comunicação política e de convencimento de eleitores, mas para sempre lembrar as questões prioritárias de enfrentamento aos problemas socioeconômicos brasileiros – estes, cada vez mais volumosos e presentes. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave jair bolsonaro COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES análise política Lula lidera cenário para 2026 e oposição segue fragmentada, mostram pesquisas 08.04.25 19h51 Rodolfo Marques Corrêa do Lago liderará COP-30 em meio à crise climática 28.02.25 8h00 Rodolfo Marques Primeiros 50 dias do prefeito Igor Normando em Belém: avanços, dificuldades e desafios 21.02.25 17h00 Rodolfo Marques “Crise do Pix” e os desafios do governo Lula III em um novo cenário político-eleitoral 17.01.25 23h01