Uma questão de saúde Linomar Bahia 17.04.23 15h26 Soaram contraditórias duas notícias sobre duas das doenças que mais afligem os brasileiros: uma, sobre a volta do programa “Mais Médicos”, como se fosse a única cura para os tantos enfermos e, a outra, uma trava no saneamento básico, considerado fundamental para a saúde no País. Entre as duas, a formação dos profissionais, que padeceria da falta de exame de proficiência semelhante ao exigido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a advocacia, cada vez mais rigoroso para suprir a proliferação de maus cursos. Pretendem acrescentar às 314 faculdades de Medicina em funcionamento, outros 225 cursos, dependentes de aprovação e ampliação de vagas nos já existentes, ao que se opõem os órgãos de defesa da profissão e da saúde pública. Pleitos formulados ao governo propõem a suspensão de novos cursos e reavaliação dos existentes face as carências nacionais, particularmente fora dos médios e grandes centros, quando 90% deles estão em locais sem leitos e outros meios indispensáveis a tratamentos. Registros oficiais apontam mais de 100 milhões de brasileiros, ou quase metade da população, sem sistemas de esgotos tratados, deixando as pessoas à mercê dos males provocados pelos poluentes lançados rios e valas. Acrescem a essa grave realidade outros 30 milhões de habitantes que os levantamentos registram não disporem de água tratada, compondo uma dupla danosa à saúde pública, entre as tragédias nacionais que estão na raiz de todos os problemas sanitários de todas as cidades brasileiras. Enquanto se questionam a legislação saneadora, também entra em discussão a falta da atenção devida para qualidade da prática médica como fonte de vida. Recentes exames informais de capacitação de voluntários recém-formados, revelaram que mais da metade padecia de deficiências técnicas para o desempenho da profissão, transformando em risco em lugar de cura. Há, ainda, outras questões fundamentais para reverter o quadro de doenças e suas repercussões econômicas e sociais. Localidades mais necessitadas carecem de recursos de apoio paramédico aos diagnósticos e tratamentos, limitando e até inviabilizando procedimentos curativos. A isso se somam as condições insalubres em que as pessoas vivem, expostas a todo tipo de enfermidades, tratadas com paliativos. São situações que somente mais médicos e falta de saneamento continuarão sendo impossíveis de resolver, aumentando cada vez mais as filas de vitimados pelo drama das valas fétidas e da água impura. Não há como prever avanços significativos para a superação das questões sanitárias nacionais, enquanto as resistências políticas e corporativas continuarem impedindo a solução adequada, que passa pela privatização dos sistemas de água e esgoto para todos, exigindo recursos de que os governos não dispõem. Enquanto isso, continuarão causando as doenças que vitimam metade dos brasileiros e dificultam que a medicina possa cumprir sua função humanitária de curar pessoas e salvar vidas. Linomar Bahia é jornalista e escritor Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave linomar bahia Linomar Bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46 Linomar Bahia Juízo final 21.02.24 12h56 Linomar Bahia Estão faltando “Eles” 21.02.24 12h53 Linomar Bahia Desvios de rumos 26.01.24 12h42