LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Tempos arriscados

Linomar Bahia

Muito se tem falado nas dificuldades dos últimos tempos nos tumultuados procedimentos de entes públicos e no comportamento das pessoas. O ex-ministro do STF, Marco Aurélio Melo, por exemplo, classificou como “estranhos” os fatos e acontecimentos entre estranhos e inusitados, seja nas invasões recíprocas de competências institucionais ou nas surpreendentes manifestações que se ouvem e se veem desprovidas de nexos e inoportunas.

Há que se acrescentar aos episódios desprovidos de sentido e aos eventos conflitantes o fato de que poucas vezes e em raras oportunidades viver no Brasil passou a ser mais arriscado do que poderia imaginar a vã filosofia dos pensadores e poetas em suas fainas de explicar Ns prédicas sobre a vida. Parecem estar sempre à espreita os caçadores de eventuais impropriedades e escorregões,esperando alguma palavra ou gesto que enseje classificar de “racismo” ou “preconceito”.

Ninguém está livre de acusação de procedimento considerado política e socialmente incorreto, preconceituoso ou de estuprador, praticamente bastando que alguém assim se arrisque a publicar numa rede social. Reputações pessoais e destruição de carreiras profissionais e de negócios estão sob risco permanente, muitas vezes chanceladas pela influência do modismo que tem permeado essas sucessivas ondas carregadas de ódio, dividindo as pessoas por “gênero” e “raça”.

Qualquer esbarro físico, ou alguma palavra mal interpretada, poderá disparar situações que podem levar a brigas ou boletins policiais, inclusive por aproveitadores sempre ávidos por qualquer forma de levar vantagem, principalmente financeira. Relações sentimentais e profissionais, que se imaginavam bem resolvidas, têm vindo a público em terremotos beligerantes, por isso provocando mais dúvidas do que certezas quanto à veracidade nas esferas chamadas a decidir.

Entre certezas esurpresasa denominada arte de viver têm inspirado compositores e escritoresem “best-sellers” de todos os tempos.No clássico “Grande Sertão: Veredas”, publicado em 1956, Guimarães Rosa já alertava que “viver é muito perigoso”, atribuído  do próprio fato de existir. Em frequentes passagens enfatizou que ao correr da vida embrulha. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

Mais grave quando a relações interpessoais estão contaminadas pela ideologia e agressões à língua por impropérios de tratamento. Tempos arriscados de viver,principalmente quando há autoridade considerando racista a expressão técnico-científica “buraco negro”. Parafraseando o preceito bíblicode perdoar aqueles que não sabem o que dizem,“buraco negro” é referência da astrofísica para“uma região do espaço-tempo em que o campo gravitacional é tão intenso que nada pode escapar, sequer uma partícula ou radiação eletromagnética como a luz”.

 

Linomar Bahia é jornalista escritor e membro das Academias de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana

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