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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

A primeira vítima

Linomar Bahia

Famoso e referenciado estadista mundial proclamou, do alto de sua longa vivência em tempos de guerra e de paz, que em situações difíceis, a primeira vítima é a verdade. Parafraseando a máxima cunhada pelo prussiano Otto Bismarck, personalidade do século XIX, em tempos semelhantes aos da atualidade, é quando mais se mentem.  Coube ao presidente Itamar Franco questionar as estatísticas em que se baseiam as pesquisas, dizendo que "os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números mentirosos", espécie de profecia sobre erros dos institutos nos resultados dos pleitos.

Em meio a esta pandemia, também abundam as meias-verdades, distorções de fatos, e omissões de números, numa mistura de mistificações com insinuações convenientes, em que as versões contraditam os fatos. Há uma valorização de números negativos, embora merecedores do devido destaque, enquanto são ignorados números positivos, que também existem, muitas vezes ainda mais expressivos, por isso também deveriam ser destacados, inclusive como forma de equilibrar os efeitos psicológicos e atenuando o estado de pânico nas pessoas, assim fiéis aos princípios éticos e à credibilidade profissional.

Quantos recorrem ao passado, como a melhor forma de compreender o presente e vislumbrar o futuro, lembram turbulências nacionais, nas quais os meios de comunicação e as refregas políticas de então, protagonizaram situações semelhantes, com a verdade sempre vitimada. Lembram dos ataques d e Carlos Lacerda pela "Tribuna da Imprensa" e o surgimento do jornal "Última Hora" para contestar. Registram o assassinato do major Rubens Vaz, seguido pela instauração da "República do Galeão", culminando com o suicídio de Getúlio Vargas e graves efeitos perversos na vida nacional. 

Nesta crise, em que o coronavirus deveria ser o inimigo comum, não obstante tem servido de pretexto para que versões superem os fatos, inclusive na prevalência do número de mortos e contaminados sobre os salvos, também omitindo falecimentos por outras enfermidades, em números muito superiores. Levantamento comparativo, revela as manipulações entre os percentuais de vacinados e as populações, ao dizer que o Brasil só conseguiu vacinar 5% da população, enquanto Israel já vacinara 50% e, o Chile, 15% da população, omitindo as diferenças territoriais, total e expressivamente distintas.

Considerando os 220 milhões de brasileiros, 5% representam 11 milhões de vacinados, enquanto no Chile, com 20 milhões, os 15% correspondem a 3 milhões e, em Israel, de 9 milhões de habitantes, 50% significam 4 milhões e 500 mil. Ou seja, o Brasil já vacinou pouco menos do dobro dos vacinados por Chile e Israel juntos. Considerando a extensão territorial de cada um desses países, enquanto o Brasil tem 8 milhões e 500 mil km2, o Chile possui 757 mil km2 e, Israel, 22 mil km2, significando que Israel tem o tamanho de Sergipe, o menor Estado brasileiro. Cabem, dentro do Brasil, 9 Chile, ou 238 Israel.

Outros números mostram a outra face da mesma moeda. Segundo a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais, publicado pelo portal "Uol", entre março de 2020 e fevereiro de 2021, morreram no país um milhão e 450 mils, das quais 196 mil por Covid, ou 13,5% dos falecimentos. Outros 24 mil, 546 morreram de septecemia; 24 mil, 292 de pneumonia; 16 mil 236, de AVC; 16 mil 188, de problemas cardíacos; 15 mil e 56, de infarto; 12 mil 632, de insuficiência respiratória; 77 mil 882. de outras doenças; e 17 mil 476, de causas externas. São missões que vitimam a verdade.

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Linomar Bahia
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