Não se 'arranja advogada', contrata-se! Jamille Saraty 19.10.23 7h00 Na última semana, viralizou nas redes sociais, imprensa e entidades representativas a ação nada agradável de um desembargador do TRT da 1º Região, localizado em Belém, no Pará. Durante o julgamento, o desembargador deveria conceder ou não adiamento de sustentação oral de advogada grávida, que estava parindo no dia da sessão. Na oportunidade, a autoridade negou o pedido, alegando que gravidez não era doença e que o imbróglio poderia ser simplesmente resolvido, se ela (a advogada parturiente) tivesse arranjado uma outra causídica para defender a sustentação. Sobre o comportamento do desembargador, não irei tecer comentários, afinal, a sua ação ilícita in re ipsa, presume os prejuízos escancarados, aos quais dispensam comprovações. Sigamos então, para o que importa, a função de um advogado, e qual a sua importância no mundo jurídico. O Direito só existe porque, em linha gerais, o ser humano tem natureza conflitante e, por isso, necessita de regras que estabeleçam limites, direitos e deveres, viabilizando assim o funcionamento de uma sociedade em paz. O Judiciário, por sua vez, garante que essas regras sejam aplicadas. Contudo, é imprescindível que ele seja imparcial, daí o tripé necessário: juízes, promotores e advogados. Sim, precisei dar toda essa volta para dizer que os advogados são essenciais para a administração da Justiça, e são tão necessários quanto juízes e promotores, devendo ser valorizados pelo seu mister. É o advogado quem representa pessoas, quem está na trincheira, quem entende a vida como ela é. Assim dispõe o artigo 2º, § 2º do Estatuto da Advocacia: “No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público”. Não pode, assim, um juiz desprezar a atuação do advogado, na medida que o magistrado necessita do advogado para formar seu juízo de convencimento, já que ele não deve aplicar prévias convicções ou opiniões íntimas em uma postulação judicia. Popularmente, é o advogado que faz a ponte entre justiça e comunidade. Ora, se assim o é, o advogado não apenas representa, o advogado atua, e com protagonismo, em um processo judicial. Imagina a insegurança jurídica que um postulante sofreria se agisse em causa própria? Ou ainda, pedisse ao juiz diretamente, esperando que o magistrado trabalhasse em seu favor?! Qual seria a garantia de justiça? Sinceramente e infelizmente, na minha opinião, acho que nossa classe está muito longe de ser valorizada, pois ainda tem medo de buscar tratamento humano e igualitário e encontrar retaliação, principalmente em seus processos e o consequente insucesso na carreira. Acreditam que são hierarquicamente inferiores e devem seguir a ordem se seus chefes, os juízes. Ainda falta o senso de merecimento. Pois vos digo, senhores e senhoras advogadas, a Justiça não existira sem vocês. Avante! Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave jamille saraty COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Jamille Saraty . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMOS POSTS Colunas Casados, porém, solteiros 29.03.24 7h00 Colunas O trabalho doméstico invisível da mulher conta? 29.02.24 7h00 Separação Obrigatória de bens agora é facultativa 15.02.24 7h00 Colunas União estável não precisa de papel para existir 27.12.23 18h28