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Jukebox versus playlist

Descomplica

Não aprendi dizer adeus... Se Leandro e Leonardo entendessem que foi difícil a gente abandonar aquele toca-discos e depois o toca fitas bom de guerra, saberiam que é duro demais ver a volatilidade de nossas playlists.

Quem passou sufoco ligando o rádio, esperando tocar aquela música desejada pra poder apertar no REC, sabe bem do que estou falando.

O toca-discos de vinil tilintando “aquela” do Roberto Carlos e você tentando gravar na fita também. Os cassetes eram etiquetados com temas,  mapeavam momentos, emoções.

Seja lado A ou lado B, aquela caneta BIC ajudava na hora que a fita enrolava por algum descuido. Tinha fita do Legião Urbana para momentos reflexivos, tinha também do Só Pra Contrariar para momentos de alegria ou paixão e as internacionais lendárias para deixar o coração calmo.

Isso tudo logo depois foi mudado pelo CD, aquele disco compacto com reflexo de arco íris. Ocupava menos espaço, vinha recheado de imagens coloridas dos artistas, letras de músicas. Colecionáveis!

Meu Walkman ficou de canto e logo se lançou o aparelho de som nada barato que comportava vinil, fita cassete e CD. Ultra mega power descolado! Grandioso e poderoso.

A geração MP3, MP4, MP5 veio chegando e todo nossos cacarecos analógicos viraram enfeite.

A Blitz estava a dois passos do paraíso com a chegada do Bluetooth. Do nada o som chegava em qualquer lugar. Ligava-se o dentinho azul em qualquer dispositivo e lá estava ela tocando aos quatro ventos.

Nem de longe pensava-se que apps de música como Spotify, Deezer, Apple Music viriam transformar tudo num toque.

Nada de aparelhos, toca-fitas! Até o pendrive e o disquete tiveram sua fase tão duradoura quanto os vinis e toca fitas que estão por aí, guardados em algum armário ou adornando os pubs da cidade.

Quem diria que a trabalheira para gravar uma fita cassete daria lugar a playlists fáceis de criar e que podem chegar a qualquer lugar do mundo.

Hoje nosso smartphone carrega tudo isso e joga tudo na JBL. Músicas passando no toque do dedo. Esqueça a história de rebobinar e avançar, num toque você faz tudo.

Hoje ter um toca-discos para ouvir um vinil (a conhecida vitrola) é vintage, retrô. Quem diria hein?! Nossos filhos curtindo isso.

De fato, a geração imediatista cansa rapidamente, mas vale muito a pena a experiência. Não custa tentar.

Dos amantes de música boa, que apreciam um belo vinil, até aqueles que colecionavam CDs, todos estão curtindo essa facilidade que a tecnologia trouxe com o digital.

Milhares de músicas ao alcance de nossos dedos! Ainda tenho guardada algumas fitas cassetes, vinis e alguns CDs. Guardo tudo isso para que eu não esqueça da época que vim e não perca a sensação daquele timbre quente e para que o contato e aquela imersão nostálgica não se percam.