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Das telas para o console

Mayara Domont

Domingo de manhã. Café cheirando e o pão na chapa servido à mesa. Quase na hora do histórico corredor de fórmula 1 aparecer naquela SEMP Toshiba. Já estavam pais e filhos vidrados aguardando sua entrada na pista. 

Mesmo sabendo que a vitória era certa, aquele frio na barriga acontecia.

O grito era animador e contagiante: Ayrton Senna do Brasil! Simplesmente 11 jogadores de futebol em um único homem. Mas, de repente, as décadas mudam e os gritos - nem tão acalorados- se mantiveram. Pais saíram da sala, apenas filhos ficaram. Não era a mesma animação, pois o personagem não era real. 

Simplesmente o fantástico brasileiro deu lugar a um nanico de bigode com roupa de encanador: Mário ou Super Mário. 

A pista de kart colorida, com grandes cogumelos devoradores e uma princesinha que roubava a cena na pista tomaram conta das telas.

Então, minha gente, o super Nintendo conquistou crianças e jovens e se tornou uma febre! Foram diversos modelos de vídeo game e diversos jogos!

A mudança de hábitos prendeu crianças na tela, mas somente as crianças que podiam pagar pelo Mário Bros. As outras se mantiveram acordando cedo aos domingos, até 1994.

Sabe-se que hoje o luxo do Nintendo da época foi substituído pela geração Playstation. Tecnologia que trouxe uma geração que deixou o brasileiro que amava pilotar na chuva e o encanador pra trás.

Sim! Agora são jogos de luta, futebol, guerra, assassinatos… tudo tão real que o próprio Neymar já se assustou com seu personagem no FIFA 25. 

Eternizar e deixar um belo legado como de Ayrton Senna nas pistas, ou até mesmo lembrar dos dribles de Pelé pelo Santos, ficaram na memória. 

Imaginem só tudo que se viveu, agora tomado pelas telas hiper coloridas que só faltam se comunicar com quem tá do outro lado. Um pequeno console tomou o espaço daquela enorme caixa com tela de tubo, baixa resolução, design super robusto. Não estou dizendo que o videogame moderno substituiu a TV de antigamente, mas uma geração inteira hoje é saudosa dos inebriantes tempos de gritos exaltados pelo jogo real. 

A vida real, a busca da vitória em cada grid de largada, foi tomando forma de pixels, formato full HD e alta definição que nem de longe define tudo que vivemos. 

A tecnologia aproxima mas também pode afastar. Claro que pais e filhos podem agora ter o controle do volante de corrida, mas abraços no sofá para esperar a vitória têm um enorme valor. 

Oh saudade de vibrar! De levantar uma taça merecida e chorar de emoção! Laços afetivos que se constroem e não se rompem mais.

Mayara Domont é Especialista em Negócios e Redes Sociais