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CINE NEWS

Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Saudades dos bons filmes de terror?

Marco Antonio Moreira

É provável que a maioria dos cinemaníacos e cinéfilos incluam filmes de diversas épocas nas suas listas de melhores de todos os tempos e algumas produções do gênero terror serão incluídas. Mas apesar desse gênero produzir filmes de grandes bilheterias durante décadas é necessário refletir sobre sua trajetória. Os primeiros filmes de terror foram realizados no período do cinema silencioso e empolgaram o público pelas suas histórias e personagens. Filmes como Nosferatu (1922) de F. W. Murnau obtiveram admiração da crítica especializada e colaboraram para valorizar o gênero.

Entre as décadas de 1920 e 1960 foi possível ressaltar a qualidade de diversas produções que priorizaram boas histórias e um senso criativo nas imagens sem apelações ou exageros. Mas, a partir dos anos 1970, com algumas exceções, foi percebida uma crise criativa na elaboração de roteiros e sua concepção visual. A violência por meio das imagens tornou-se clichê e foco principal dos produtores que almejam uma audiência que, em sua maioria, gosta de filmes violentos.

A apreensão com a rumo desse gênero é justificável por meio de muitos filmes que apresentam boas histórias, mas perdem direção inventiva com clichês visuais violentos e personagens utilizados como meio de relevar mais violência. Imagino os roteiristas pensando e elaborando outros modos de matar e morrer para cada personagem. As recentes refilmagens de produções de terror dos anos 1970 e 1980 comprovam a lamentável tendência de ratificar a violência. Considero O Exorcista (1973) de William Friedkin e O Iluminado (1980) de Stanley Kubrick como os melhores filmes desse gênero e penso com inquietação a refilmagem dessas produções nos eternos clichês utilizados no cinema contemporâneo.

O mestre Alfred Hitchcock declarou que existe algo mais importante do que a lógica: a imaginação. Entendo que a imaginação é mais aterrorizante do que é revelado em imagens violentas. Talvez essa declaração de Hitchcock possa servir de inspiração para que os futuros filmes de terror possam ir além de sustos e sangue e tornarem-se relevantes e dignos de debates entre os admiradores de cinema. É evidente que alguns cineastas têm realizado ótimos trabalhos como Jordan Peele em Corra!, Nós e Não! Não Olhe! (foto). Mas é necessário mais e melhores produções para uma mudança significativa. Enquanto essa transformação não acontece é válido estimular  uma breve saudade sobre os bons filmes de terror que marcaram nossa cinefilia.

image Não, não olhe (Divulgação)

Cinema nacional

A Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) reiniciou atividades no Cineclube Alexandrino Moreira em parceria com a Casa das Artes com filmes da Programadora Brasil. A proposta da programação é evidenciar a importância dos filmes nacionais e colaborar para que o público tenha interesse pela história do cinema brasileiro. O primeiro filme exibido foi Estranho Encontro (1958) de Walter Hugo Khouri.

Mostra Chico Carneiro

O Cineclube do Museu da Imagem e Som iniciará suas atividades no dia 15 de maio com uma mostra do cineasta paraense Chico Carneiro. Sessões às 19h até o dia 19/5 no auditório Eneida de Moraes (Palacete Faciola). Entrada franca.

Roda de Cinema

A ação cultural Roda de Cinema do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) com bate-papo sobre os filmes Tár, Os Fabelmans e Close acontecerá no dia 17/5/23 às 18h30 na Casa das Artes (Cineclube Alexandrino Moreira). Participação dos professores Marco Antonio Moreira, John Fletcher, Alex Damasceno e Cibelle Donza.

Dia das Mães

A melhor maneira de celebrar o dia das mães por meio do cinema é assistir aos filmes que elas admiravam e mencionaram em reuniões de família e com seus filhos.  É uma bela homenagem! Feliz Dia das Mães!

Dicas da semana

Desaparecido Um Grande Mistério de Costa Gavras. Com Jack Lemmon e Sissy Spacek. Homenagem aos 90 anos do cineasta Costa Gavras (Sessão Cult no Cine Líbero Luxardo. Projeto Plano Sequência. Dia 16/5 às 19h. Entrada franca).

Mostra Chico Carneiro. De 15 a 19/05/23 (Cineclube do Museu da Imagem e Som (MIS). Auditório Eneida de Moraes. Palacete Faciola. Entrada Franca)

Mr. Arkadin de Orson Welles. Um dos melhores filmes do diretor de Cidadão Kane(Cineclube SINDMEPA. Dia 16/5 às 19h. Entrada franca).

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