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Jean‑Claude Bernardet: um apaixonado pelo cinema

Marco Antonio Moreira

Jean-Claude Bernardet faleceu aos 88 anos, deixando um dos legados mais ricos e diversos da história do cinema brasileiro. Nascido na Bélgica, em família francesa, passou a infância em Paris e veio para o Brasil aos 13 anos, onde se naturalizou em 1964. Crítico, teórico, roteirista, cineclubista, professor e pesquisador, ele foi um dos principais pensadores do cinema nacional.

Trajetória ligada ao cinema brasileiro desde os anos 1960

Bernardet iniciou sua trajetória no cinema brasileiro nos anos 1960, inspirado pelas sessões de cineclubes que frequentava. Mais tarde, tornou-se ele próprio um ativo cineclubista. Começou a escrever críticas no jornal O Estado de S. Paulo após convite de Paulo Emílio Salles Gomes. Tornou-se um interlocutor ativo do movimento Cinema Novo, principalmente com Glauber Rocha.

Formador de gerações e autor de referências essenciais

Foi um dos criadores do curso de Cinema da UnB e ministrou aulas na USP até 2004. Autor de "O Que É Cinema", da coleção Primeiros Passos, influenciou muitos jovens cinéfilos. Seu trabalho analítico ajudou a construir uma visão crítica sobre o cinema produzido no Brasil.

Obras, colaborações e contribuições ao audiovisual

Entre seus livros estão: Brasil em Tempo de Cinema (1967), Trajetória Crítica (1978), O Que É Cinema (1980), Cineastas e Imagens do Povo (1985), Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro (1995), entre outros. Trabalhou com nomes como Tata Amaral, José Carlos Avellar e Ismail Xavier.

Assinou roteiros como O Caso dos Irmãos Naves (1967) e Um Céu de Estrelas (1996). Também dirigiu documentários e participou como ator em pequenas produções. Seus filmes São Paulo, Sinfonia e Cacofonia e Sobre Anos 60 são ensaios poéticos sobre a cidade e o tempo.

Bernardet, uma referência permanente

Jean-Claude Bernardet será sempre lembrado pela profundidade de suas reflexões e por estimular o pensamento crítico sobre o cinema brasileiro. Sua obra segue fundamental para entender a história e os desafios da produção audiovisual no país.

Roda de Cinema celebra primeiros filmes de 2025

No último dia 9 de julho, a Roda de Cinema discutiu os melhores filmes do primeiro semestre de 2025 na Casa das Artes. O evento contou com John Fletcher, Alex Damasceno e convidados, em uma noite de debates e trocas entre cinéfilos. Destaques mencionados: Sem Chão, Meu Bolo Favorito, Manas, Nosferatu, A Garota da Agulha e Trilha Sonora para um Golpe de Estado, entre outros.

Dicas da semana para os cinéfilos

  • Cazuza, de Nilo Rometo
  • Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá, de Luisa Lanna e Roberto Romero
  • Cloud – Nuvem de Vingança, de Kiyoshi Kurosawa (Cine Líbero Luxardo)
  • A Longa Noite de Loucuras, de Mauro Bolognini, com Franco Interlenghi e roteiro de Pier Paolo Pasolini (Cineclube SINDMEPA, terça, 22/7, às 19h, entrada gratuita)