Fassbinder: 83 anos
Poucas vezes, no cinema, um artista foi tão expressivo em quantidade e qualidade de obra como Rainer Werner Fassbinder (1945–1982) (foto) que este ano completaria 83 anos. Cineasta que impressionou a crítica especializada e público, Fassbinder demonstrou talento de diversas maneiras em seus filmes, atuando como diretor, roteirista e ator.
Em apenas 13 anos de carreira, dirigiu mais de 40 produções — entre longas, curtas e séries —, trabalhando intensamente na criação de obras artísticas de grande relevância. Foi um dos principais líderes do movimento que renovou o cinema da Alemanha Ocidental nas décadas de 1960 e 1970, ao lado de nomes como Werner Herzog e Wim Wenders.
Seus filmes abordavam uma variedade de temas sociais, estéticos e políticos. Também são recorrentes questões como solidão, opressão, relações destrutivas, hipocrisia burguesa, autoritarismo e sexualidade. Suas obras revelavam a complexidade das relações humanas e questionavam a moral conservadora e os efeitos do autoritarismo sobre o indivíduo.
Além do cinema, Fassbinder dirigiu peças teatrais importantes e obras televisivas marcantes, como a obra-prima A Praça Alexandre (Berlin Alexanderplatz) (1980), com mais de 15 horas de duração.
Em 31 de maio deste ano, Fassbinder celebraria 83 anos. Em homenagem ao seu talento intenso, entre tantos filmes extraordinários, indico ao leitor algumas produções essenciais para conhecer seu estilo cinematográfico, sua sensibilidade e o brilhantismo que marcaram, de forma definitiva, seu nome na história do cinema:
- As Lágrimas Amargas de Petra von Kant (1972)
- A Encruzilhada das Bestas Humanas (1972)
- O Comerciante das Quatro Estações (1972)
- Effi Briest (1974)
- O Medo Devora a Alma (1974)
- Martha (1974)
- O Direito do mais forte é a Liberdade (1975)
- O Casamento de Maria Braun (1979)
- A Praça Alexandre (Berlin Alexanderplatz) (1980)
- O Desespero de Veronika Voss (1982)
- Querelle (1982)
- Cinema e Antropologia
O Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) realiza, no próximo dia 18 de junho, às 20h30, na Casa das Artes, uma Roda de Cinema com debate sobre o tema “Cinema e Antropologia”, reunindo pesquisadores, estudantes e o público interessado em refletir sobre os diálogos entre a linguagem cinematográfica e os estudos culturais e sociais. O encontro terá minha coordenação e contará com a participação especial da professora de Antropologia da UFPA Camille Castelo Branco, que contribuirá com olhares transdisciplinares sobre o tema.
Durante a roda, serão abordados filmes relacionados ao tema e os seguintes tópicos: O Cinema como ferramenta antropológica, representação cultural no cinema e o Cinema como Expressão da Identidade Cultural. A proposta é estimular o diálogo entre cinema e ciências humanas, compreendendo o audiovisual como espaço de construção simbólica, análise cultural e crítica social. A entrada é gratuita, e os participantes receberão certificados de participação.
Dicas da Semana
Roda de Cinema do CEC: “Cinema e Antropologia” com Marco Antonio Moreira e Camille Castelo Branco (Casa das Artes. Quarta-feira, dia 18 às 18h30. Entrada gratuita).
“Ritas”, “A Procura de Martina”, “Memórias de um Caracol”, “Teleférico do Amor” (Cine Líbero Luxardo).
“Sonho de Rio” de Milena Rose e “Ronaldo Silva O Tambor Ilumina” de Felipe Cortez (Cineclube SINDMEPA. Terça-feira, dia 17/6 às 19h).
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