Remo x Novorizontino, duelo de respeito mútuo

O Remo, quarto melhor mandante (5 vitórias, 2 empates e 1 derrota), recebe o quinto melhor visitante (2 vitórias, 3 empates e 2 derrotas). Um duelo de respeito mútuo. O time paulista tem melhor campanha e um elenco mais sólido. Já a equipe paraense vem de uma sequência de atuações inseguras, com novas peças e em busca de sua melhor identidade. O jogo exige um Leão Azul mais atento, mais aplicado e mais determinado do que nas últimas jornadas.

Já ficou provado, em Chapecó, que a entrada do colombiano Cantillo dá mais agilidade e imaginação ao meio de campo — ainda mais se Caio Vinícius também estiver entre os titulares. Mas Antônio Oliveira vai decidir com base nos ganhos e perdas com e sem a bola. Precisa ser cirúrgico nas escolhas. Afinal, a vitória hoje vale três pontos e também alguma paz para o técnico azulino.

Vilela, culpado ou inocente?

Em 10 jogos na Série B, Leandro Vilela acumula oito cartões amarelos e um vermelho — quase todos por jogo físico brusco. Ele é culpado pelo excesso de faltas, chegando mais no corpo do adversário do que na bola? Ou é inocente, sacrificado pela vulnerabilidade de um time que o sobrecarrega?

Antes de culpado ou inocente na questão das suspensões tão frequentes, Leandro Vilela tem sido um gigante no time. Simbolizou bem toda a garra do Papão na reação que rendeu 11 pontos nas últimas cinco rodadas. Mas nada que o isente de críticas pelos excessos. Em sua impetuosidade, enroscou-se com um adversário na área, num lance sem bola, em que foi marcado pênalti para o Atlético Goianiense. O lance simbolizou a imprudência que provoca tantos cartões, mas também deu margem para os questionamentos que o colocam entre a culpa e a inocência, conforme o ponto de vista.

BAIXINHAS

• Jaci Maranhão fez 17 jogos e um gol pelo Paysandu em 2023. Começou alguns jogos, mas não chegou a se firmar como titular. O Papão nem fez questão de mantê-lo no elenco. Voltou para o Operário/PR, brilhou e agora é zagueiro titular do Coritiba, com contrato até o fim de 2028, cheio de moral.

• Poder contar com Marrony ao lado de Pedro Rocha e Janderson é algo que o técnico Antônio Oliveira comemora. Ele vê em Marrony um jogador que amplia o repertório ofensivo pela inteligência e pelos recursos técnicos. O que ainda falta a Marrony, só o tempo e o trabalho poderão proporcionar: potência e estabilidade física.

• Embora esteja na zona do rebaixamento, como 18º colocado, o Paysandu será recebido pelo líder Coritiba com muito respeito e cautela. É bastante comentada no clube paranaense a campanha do Papão nas últimas cinco rodadas (73,3% de aproveitamento) na "era" Claudinei Oliveira.

• Camutanga e Kayky Almeida formarão uma dupla de zaga inédita no Remo, devido às lesões de William Klaus e Reynaldo. O sistema defensivo do Leão, desde a primeira linha de marcação, terá que ser muito efetivo. Afinal, o Novorizontino tem o melhor ataque do campeonato, com 21 gols — média de 1,3 por jogo — e é também o time com menos derrotas na competição: apenas duas, para Ferroviária e Atlético Goianiense.

• O Ministério Público tem sido incisivo nas cobranças ao Remo e à empresa responsável pelo controle de acesso ao Mangueirão, diante dos recorrentes problemas que atrasam o fluxo e prejudicam os torcedores. O MP já identificou erros básicos de planejamento que não serão mais tolerados.

• Jaderson e Klaus: dois casos de concussão. Agora, Luan Martins, com fratura no pé. Além disso, há as lesões musculares. Os médicos e enfermeiros do Remo são desafiados o tempo todo por novos casos, dentro da dura realidade da Série B. Por isso o clube segue no mercado.

• André Lima era o destaque do Confiança na temporada. Chegou a ser alvo do Remo e declarou que preferiu o Paysandu. O volante gerou ótimas expectativas, mas não correspondeu e acabou se tornando apenas mais um jogador no elenco bicolor.