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CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Paysandu e sua rotação na Série B

Carlos Ferreira

De abril a novembro, 19 viagens e 38 jogos. Mais que um campeonato, a Série B é uma maratona. Time nenhum suportaria toda essa competição jogando em alta rotação. As oscilações são inevitáveis. Só com consistência tática é possível ter alguma regularidade positiva.

O Paysandu, de Hélio dos Anjos, é mais físico do que tático. Depende muito da bravura dos atletas. E foi isso que o técnico mais enalteceu na vitória sobre o líder América MG, como também foi o que mais cobrou na derrota para o Sport.

Para não sofrer na tabela de classificação da Série B, o Papão precisa ser capaz de jogar mais taticamente. A superação física é um recurso extra e circunstancial. 

Remo e seus transtornos de ansiedade

A perturbação emocional no futebol leva a transtornos de ansiedade, refletidos em erros de passe, de cobertura e de finalização. Isso fica claro quando o time está muito empenhado em superar os transtornos, como vem sendo o caso do Remo de Rodrigo Santana. 

Pela mobilização, em algum momento esse time vai engrenar. Por enquanto, o Remo é o maior adversário de si mesmo. Domingo, contra o Ypiranga, mais um jogo com caráter de provação e tendência para drama. Pelo cenário da Série C na tabela de classificação, esse jogo equivale à fronteira entre inferno e purgatório, dependendo também dos resultados dos times que estão abaixo. Vida difícil para o Leão!

BAIXINHAS

* Amanhã, aniversário do clássico Re-Pa. O primeiro (2 x 1 pro Remo) foi em 14 de junho de 1914. São 110 anos dessa arrebatadora rivalidade que dita comportamentos em todas as faixas etárias e sociais, avaliada como a oitava maior do futebol brasileiro. O Re-Pa é a cara do Pará. 

* Uma estatística que não pode ser ignorada. O Paysandu tomou apenas um gol nos últimos cinco jogos. Nada mal para um times que havia tomado sete gols nas seis primeiras rodadas dá Série B. 

* Remo, campeão de expulsões nas estatísticas da Série C. Em oito jogos, quatro cartões vermelhos: Marco Antônio, Jaderson, Sheldon e Ligger. Em todas essas expulsões o time estava desajustado ou em baixo rendimento físico. 

* Quem herda a vaga de Ligger contra o Ypiranga? Ele é um zagueiro construtor. Rafael Castro ainda não vimos jogar, mas diz ter características semelhantes às do titular. Dos demais, nenhum tem recursos para fazer o que Ligger tem feito no sistema de jogo do Leão. Mais uma razão para o recuo de Jaderson para o lugar de Paulinho Curuá e entrada de Matheus Anjos. 

* Nelsinho Batista, técnico da Ponte Preta, que no sábado vai duelar com o filho Eduardo Batista, técnico do Novorizontino, foi oferecido ao Remo na semana da contratação de Rodrigo Santana. Eduardo, campeão da Copa Verde pelo Leão, tentou empregar o pai no Baenão. 

* O futebol seus caprichos. Há um ano e meio, Juninho faturava cachês no Parazão da Pelada. Agora é titular do Paysandu, acima de Robinho, Biel, Chrystopher e Brendon. Juninho, o "motorzinho" do Papão, está sob cuidados médicos. 

* Última semana de abril passa a ser a Semana dos Jogos Eletrônicos no Pará, conforme lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada esta semana pelo governador Helder Barbalho.

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Carlos Ferreira
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