CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

O que está por trás da gangorra dos nossos clubes?

Carlos Ferreira

Sofrimento e pressão para achar o rumo; glórias, soberba e perda de rumo. Isso faz a gangorra dos nossos clubes, entre céu e inferno. Estamos vendo claramente esse cenário. 

O Paysandu foi ao céu na conquista do acesso e no título estadual, mas desceu ao purgatório nesse começo de Série B. Está entre desconfiança e esperança da torcida. O Remo é um caso para estudo. Com tudo para decolar, não consegue nem desatolar. Mudam os atores, repete-se o roteiro dos desacertos e frustrações. A troca de técnico gera uma nova esperança. 

O Águia exemplifica bem a gangorra nesta temporada. Foi do inferno ao céu e voltou ao inferno nos últimos três meses. E nesse descrédito vai encarar o São Paulo quinta-feira, pela Copa do Brasil, no Morumbis. O Cametá, pelo menos, deu sinal de que pode se redimir.

Como resolver?

Não haverá estabilidade e crescimento enquanto não houver nos gestores uma mentalidade profissional, isenta dos movimentos de "oba-oba" ou de "terra arrasada". As decisões, em geral, são muito emocionais. 

Não há nada mais elementar em gestão do que serenidade, conhecimento, autoridade e fidelidade a um bom projeto. Não é o que vemos nos nossos princípios clubes, cujas mazelas de gestão são refletidas em campo. Agora sob pressão, vão reagir em algum momento. É quando o "lixo" vai virar luxo e produzir a soberba que o fará voltar a ser "lixo", na interminável gangorra.

BAIXINHAS

* Gustavo Morínigo deixa o Remo exatamente como recebeu, há dois meses e meio: sem identidade, sob descrença, sob pressão, em crise. Até que o paraguaio viveu alguns bons dias no Baenão, mas se perdeu claramente. Não deixa a menor saudade. 

* Paysandu com 25 cartões em seis jogos. Cinco foram vermelhos. Dos 20 amarelos, 17 foram de atletas, dois do técnico e um do auxiliar-técnico. Yeferson já foi suspenso por cartão vermelho. Agora, ele e Bryan Borges estão suspensos por amarelos.

* Ao reanimar a torcida com a atuação razoável e empatar com o Amazonas, em Manaus, o Paysandu garantiu casa cheia contra o Vila Nova, amanhã, na abertura da decisão da Copa Verde. O título da CV seria um gás e tanto para o time decolar na Série B.

* Passado um terço da primeira fase da Série C, o Remo está três pontos acima da zona do rebaixamento e três pontos abaixo da zona de classificação (Caxias, primeiro da Z4, só fez dois jogos). Ainda não é situação para desespero, mas, com o ridículo futebol que está jogando, é deprimente. 

* Volante/meia castanhalense Igor Henrique, 32 anos, não joga pelo Vila Nova contra o Paysandu. Ele foi recontratado dias depois do fechamento do prazo de inscrições na CV. Deverá enfrentar o Papão na Série B, na 19⁠ª e na 38⁠ª rodadas. 

* Infarto e morte do atleta Afonso Rossa, de 19 anos, do Águia de Marabá, reacende questionamentos sobre monitoramento da saúde cardíaca dos atletas de alto rendimento e dos meros esportistas. O registro de contrato dos profissionais depende de documentos de testes cardíacos. 

* Testes cardíacos impõem custos pesados para os clubes mais pobres. Será que isso é cumprido à risca. Já foram feitas denúncias da produção de documentos sem os devidos testes em algumas regiões do país. Denúncias que não avançaram.

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