O mais inflamado ou o mais organizado?

Papão, o mais inflamado. Leão, o mais organizado em campo. O que vai prevalecer? Isso depende muito de como for o jogo. Um Re-Pa mais tático interessa aos azulinos. Um Re-Pa mais disputado convém aos bicolores. Claro que haverá alternância nas características do clássico, e o Leão também terá sua imposição física, assim como o Papão contará com suas armas táticas. Duelo promissor à beira do campo entre Antônio Oliveira e Claudinei Oliveira.

O Paysandu renovou o ânimo com Claudinei Oliveira e conquistou a primeira vitória. O Remo está renovando a atmosfera com Antônio Oliveira. Quem vencer vai turbinar!

O principal critério de Claudinei

O técnico do Paysandu já deixou claro que a questão física será seu principal critério na escalação para o Re-Pa, o que está corretíssimo. O time está em reconstrução e vai precisar de muita bravura para se impor em campo. É jogo para quem estiver “tinindo”. No aspecto tático, o Papão terá que ser muito estratégico e aplicado para ter segurança na marcação e objetividade nas ações ofensivas.

No Remo, Antônio Oliveira assume um time com identidade definida e não pode exagerar em suas intervenções. Mas sua estreia deve surtir efeito nas atitudes da equipe, tornando o time mais arrojado. Pelo menos, essa é a tendência.

BAIXINHAS

• A recuperação do lateral Bryan Borges é a mais importante entre os vários atletas que estavam lesionados no Paysandu. Assim, Claudinei Oliveira evita uma improvisação problemática e ganha uma arma para as ações ofensivas, enquanto o atleta tiver resistência física para cumprir as funções.
• No Remo, alívio pela recuperação do artilheiro Pedro Rocha — que vem rendendo abaixo do potencial — e, principalmente, do goleiro Marcelo Rangel, peça de confiança para a torcida. Um dos melhores do campeonato. MR, aos 37 anos, vai completar 70 jogos pelo Leão no sábado.
• O zagueiro bicolor Joaquín Novillo vai para o terceiro jogo seguido após a colisão de cabeça com o azulino Jaderson no Re-Pa de 7 de maio. Jaderson finalmente voltou às atividades normais e vive a expectativa de compor o banco no sábado. Se entrar em campo, usará equipamento de proteção na cabeça.
• O memorialista do Remo, Orlando Ruffeil, acrescenta um nome à lista dos técnicos estrangeiros do Leão: Pedro Rocha, uruguaio, que teve uma breve passagem pelo clube em 1992. Os outros foram os também uruguaios Júlio Véliz, Ricardo Diez e Juan Alvarez; o surinamês François Thyn; e o paraguaio Gustavo Morínigo. Portanto, o português Antônio Oliveira é o sétimo.
• O Ministério Público do Pará lança, no Re-Pa, a campanha educativa Cartão Vermelho para o Racismo. Os atletas vão entrar em campo com cartões vermelhos, e muitos outros serão distribuídos aos torcedores. Também participam da campanha a Secretaria de Justiça do Estado, a SEEL, a CBF e a FPF.
• Sucesso absoluto na venda de ingressos já expressa bem o apelo desse Re-Pa em pleno sábado de feriadão. A torcida do Remo esgotou os ingressos de arquibancada três dias antes do jogo. A do Paysandu também deve esgotar com antecedência. Um festão que a ESPN vai mostrar para o Brasil e para vários outros países.
• O Re-Pa ganhou muita visibilidade nos últimos anos e tornou-se um evento singular no futebol brasileiro, sobretudo pelo duelo das torcidas, que espetacularizam a partida e criam uma energia poderosa. Além disso, o Re-Pa é uma expressão cultural da região que está no centro das atenções do planeta como sede da COP 30. A ocasião é muito especial.