O futebol e seus avanços táticos, conforme a intensidade Carlos Ferreira 30.10.22 6h15 Uso da tecnologia é crescente e fundamental no futebol atual (John Wesley/Paysandu) Estatísticas mostram bem a aceleração gradativa do futebol ao longo das décadas, conforme evolução da fisiologia. Estudos mostram que nos anos 70 os atletas corriam de 4 a 7 quilômetros por jogo. Agora, essa variação está em 10 a 13 quilômetros, mas, alguns, chegam a 15. São superatletas, em jogos muito intensos. E é esse crescimento de intensidade que determina as mudanças táticas. Até os anos 70, por exemplo, o jogo cadenciado permitia que um volante marcasse dois meias. Três décadas depois passamos a ver times com três volantes e laterais muito ofensivos, em vez dos antigos pontas. A realidade agora é o sistema de linhas, que distribui melhor as funções de marcação. E quase todos os técnicos se dizem adeptos do sistema 4-2-3-1, em que dois meias-atacantes completam a primeira linha pelos lados do campo. Marcelo Cabo já disse que o Remo será assim com ele, e o Paysandu não é tão diferente com Márcio Fernandes. A história facilita a compreensão Conhecer os "ques" e os "porques" das transformações táticas ao longo da história é a melhor forma de compreender o futebol atual, de intensidade sobre-humana e sistemas complexos. Tudo decorre das tecnologias e dos serviços multidisciplinares, de fisiologistas, nutricionistas, fisioterapeutas... Os dados de performance revelados a cada Copa do Mundo norteiam novos avanços e reflexos nos sistemas táticos. Somos tentados à saudade dos grandes craques de épocas românticas em que o talento era tudo no futebol. Agora o talento é só uma das valências na era dos superatletas e do jogo em alta rotação. É outro futebol! BAIXINHAS * Húngaros, os pais da tática no futebol brasileiro. Eugênio Medgyessy foi o primeiro, nos anos 20. Nos anos 30, Béla Guttmann, Nicolas Ladanyi e o introdutor do sistema WM (2-3-5), Izidor Kürschner (Flamengo), que consolidou a mentalidade do jogo tático no Brasil. Antes deles, sobrava talento, mas faltava organização aos times brasileiros. * É comum ouvirmos que os sistemas táticos são ilusórios porque quando a bola rola os jogadores se misturam nos vários espaços do campo. Mas o sistema faz sentido, sim, na volta de todos às suas posições para marcação. É o que chamamos de "recomposição" no trabalho sem bola, sempre em alta rotação. * O jogo cada dia mais intenso justifica o aumento de substituições, que após a parada das competições na pandemia subiram de três para cinco. Era uma circunstância pontual, mas a Fifa manteve as cinco substituições por conta do desgaste crescente dos atletas. * Se nas competições profissionais alguns atletas chegam a correr até 15 quilômetros por jogo, nas categorias de base a correria é bem abaixo, conforme o lastro fisiológico dos atletas. Por isso que foi criada a categoria sub-23, de transição, para adaptação. O Pará ainda não acordou para essa necessidade. * Outro aspecto da transição está nas questões táticas. Na maioria dos clubes as categorias de base não exigem dos atletas a execução das funções que vão encontrar no profissional. É bem o caso dos clubes paraenses, que seguem muito atrasados no desenvolvimento dos novos atletas. * Todos os grandes jogadores da atualidade foram construídos, a partir do talento, na estrutura física, na mentalidade, na capacidade tática, no suporte emocional, nos diversos comportamentos intra e extracampo. Sem essa formação poucos conseguem fazer sucesso e ter longevidade. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave futebol esportes remo paysandu parazão 2023 copa verde 2022 colunas coluna carlos ferreira carlosferreira jornal amazônia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Carlos Ferreira . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM CARLOS FERREIRA Carlos Ferreira Papão, 80 dias em impedimento 24.04.24 6h00 Carlos Ferreira Leão em agruras e desafios 23.04.24 6h00 Carlos Ferreira Ônus e bônus da rivalidade para clubes de futebol 21.04.24 6h00 Carlos Ferreira Remo e Paysandu no Brasileirão: relembre acessos e rebaixamentos da dupla paraense 19.04.24 6h00