Avalanches de contratações no Remo e no Paysandu nas últimas décadas Carlos Ferreira 01.09.25 15h09 Leão e Papão contrataram quase 40 atletas nesta temporada cada um (Cláudio Pinheiro/ O Liberal) Intensidade ou correria? O futebol em duas dimensões A correria tão típica do futebol paraense é a intensidade mais física do que técnica. Já a rápida e objetiva troca de passes é a intensidade mais técnica do que física. Nessa, a velocidade é da bola. O que diferencia as duas formas de intensidade no jogo é nível de inteligência dos atletas. Quanto mais baixo é cognitivo, maior é a correria, geralmente pouco produtiva. Enfim, futebol em incomparáveis dimensões! Na intensidade física os atletas correm mais do que pensam, e seguem o ímpeto da torcida. É que sempre vimos principalmente no Remo e no Paysandu. Por isso, são times de altos e baixos extremos, também pelo furor emocional e pelas seguidas renovações de elenco, sem processo de construção. Serão assim enquanto não romperem com esse modelo imediatista ditado pela rivalidade. A intensidade técnica é moderada nos grandes clubes do país e plena nos grandes clubes da Europa. Futebol exequível apenas pelos altos nível de técnica, de capacidade física e de inteligência. Paysandu 588 x 571 Remo Avançar é possível As avalanches de contratações, como estamos vendo mais uma vez, este ano, (37 jogadores no Leão e 31 no Papão), são próprias de clubes sem projeto. Não por acaso, Edilson é o atleta recordista no atual elenco do Paysandu com 116 jogos e Marcelo Rangel no Remo com apenas 81, e alguns atletas na fila para estrear nos dois times. Dados das duas últimas décadas mostram que a média é de três técnicos e 32 atletas por temporada em cada clube. Avançar nas práticas é possível, desde que se reconstrua a mentalidade. Quem aposta messa reconstrução? BAIXINHAS * Maior que a paixão das torcidas precisa ser a racionalidade dos gestores. Eduardo Bandeira de Melo provou no Flamengo que é possível aprumar um clube com sacrifícios planejados e entrar para a história pela alta responsabilidade. * O mais vitorioso Paysandu (2001, 2002 e 2003) teve processos impostos por Givanildo Oliveira, que era um técnico com superpoderes. Houve uma continuidade no elenco e no modelo de trabalho, com bons jogadores, e o Papão foi campeão da Série B, Campeão do Norte, Campeão dos Campeões e sucesso na Libertadores. * Continuidade, processos cumpridos e bons jogadores fizeram o Remo campeoníssimo dos anos 70, com dois tricampeonatos estaduais, um dos tri sem derrota alguma, além de brilhantes campanhas no Campeonato Brasileiro. * Mesmo no velho modelo de gestão do futebol, antigos erros óbvios são repetidos. Erros inclusive de planejamento, como o Paysandu está mostrando este ano. O clube colhe nesta Série B o que plantou desde o arremedo de pré-temporada, passando pela tola onda estrangeirista nas contratações, entre outras imperícias administrativas. * Na dramática luta contra o rebaixamento à Série C, o Paysandu recebe o Volta Redonda na próxima sexta-feira e o América Mineiro no sábado, dia 13. Dois jogos contra concorrentes diretos, com alta carga emocional, que devem dizer muito sobre o futuro do Papão. * A hipótese de queda atormenta os bicolores não só pela questão moral, mas também pelas finanças. Haveria grande perda de receita, de atratividade no mercado e necessidade de realinhamento dos custos a uma nova realidade. O clube conhece bem o impacto e recorre a tudo que possa salvá-lo. * E o Remo, se não subir? Os altos investimentos e o ótimo começo de campanha empolgaram a torcida. Então, o sonho do acesso virou obstinação, com cobranças veementementes. Natural que seja assim, mas, mesmo que o acesso não venha, figurar no bloco de cima não deixaria de ser resultado exitoso. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas colunas carlos ferreira COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Carlos Ferreira . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM CARLOS FERREIRA Carlos Ferreira Quantas decisões cada atleta toma num jogo de futebol? 14.12.25 7h00 Futebol Remo, 13° clube do país em bilheteria 12.12.25 10h42 Carlos Ferreira Cantillo, agora ou nunca 11.12.25 10h57 Carlos Ferreira Papão, o rei da instabilidade 10.12.25 11h17