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Quem é o goleiro deste século no Pará

Carlos Ferreira

Dico (Remo) foi premiado como goleiro do século 20 no futebol paraense, superando Velliz, Dodó, Castilho, Edson Cimento, Reginaldo, Clemer, Paulo Victor, Wagner... E nas primeiras décadas do século 21, quem seria o melhor goleiro? 

O momento é de Marcelo Rangel, muralha remista nas duas últimas temporadas, como sucessor de Vinícius, que também teve jornadas grandiosas no Leão Azul. Em 2015 e 2017 o goleiraço do futebol paraense foi Emerson. Com a camisa do Papão ele entrou pra história como recordista da Série B com 1.108 minutos sem tomar gol. Tornou-se o 15° goleiro do futebol mundial em tempo sem tomar gol.

Marcão não tem estatística comparável a de Emerson, mas foi um dos maiores responsáveis pelo título de Campeão dos Campeões do Paysandu em 2002. Uma glória soberana! Fazer uma escolha, então, é questão de critério e fica por conta de cada um. A intenção da coluna é apenas provocar o debate.

Outros gigantes

Ivair no Remo de 2000. Gilberto, também no Remo, em 2003, mesmo ano de Ronaldo no Paysandu da Libertadores, que também foi de Alexandre Favaro. Alexandre Buzetto, Adriano, Danrley. O Paysandu passou longo período pós Emerson com goleiros que não resolviam, até Matheus Nogueira emplacar em 2023, mas vem caindo de cotação. 

Dos nomes recentes, Marcelo Rangel vai construindo uma história ímpar, não só pela competência em campo, mas também pela ótima figura humana, mas já com 37 anos. 

BAIXINHAS

* Dos tantos nomes mencionados nos comentários acima, Edson Cimento, Reginaldo, Ivair e Ronaldo são os únicos frutos do futebol paraense. Alexandre Favaro e Paulo Victor também são paraenses, mas saíram do Pará ainda crianças e voltaram com currículo pronto. Mesmo nas épocas de muitos atletas regionais no Remo e no Paysandu, não era o caso dos goleiros. 

* Goleiro é posição de técnicas muito específicas, que dependem muito de bons treinamentos, boa formação. Se a base do futebol paraense não forma adequadamente em outras posições, imagine goleiro. João Vitor e Alexandre no Remo, Cláudio Victor no Paysandu, são goleiros paraenses em desenvolvimento nos elencos atuais de Leão e Papão.

* Anotem esse nome: Deivid Andrade, 20 anos, 1,96m, paraense de São Domingos do Capim. Ele foi descoberto pelo Retrô/PE, de onde se transferiu aos 18 anos para o Palmeiras. Agora está jogando no sub 20 do Ceará. Por estar sendo formado em grandes clubes, tem tudo para ser um goleiro paraense de destaque. 

* É muito boa a história do maranhense Clemer, goleiraço do Remo na última campanha do Remo na primeira divisão, em 1994. Um ano antes, o Paysandu emprestou Mazinho para o Moto Club. Lá ficaram amigos e Mazinho o indicou ao Paysandu, que não se interessou pelo atleta.

* Em 1994 o Paysandu emprestou Mazinho ao Remo, que aceitou a indicação e contratou Clemer. Brilhante no Leão Azul, Clemer saiu para fazer sucesso no Goiás, na Portuguesa, no Flamengo e para ser campeão mundial no Internacional. Um dos melhores já vistos no futebol paraense. 

* O treinamento específico de goleiros é o que mais evoluiu no futebol. Grandalhões tornaram-se ágeis e técnicos. E uma prova de qualificação está no Remo: Daniel Crizel, gaúcho que é referência acadêmica com mestrado na área e trabalhos no Grêmio, no Vasco e seleções brasileiras de base. Muito do sucesso de Marcelo Rangel está no trabalho de Daniel Crizel.

* 26 de abril é o Dia Nacional do Goleiro. A data foi escolhida em homenagem ao ex-goleiro Manga, por ser a data do aniversário dele. Por curiosidade, o consagrado Manga tomou os dois primeiros gols oficiais do Mangueirão, marcados por Mego no jogo Remo 2 x 0 Operário, em 1978.