Papão, uma sucessão de remendos
Do quantitativo insuficiente de atletas no elenco à investida nada criteriosa em estrangeiros. Do corte na pré-temporada para precipitar o acionamento dos recém-contratados na inóqua Supercopa Grão Pará (jogo contra a Tuna no dia 12 de janeiro) à insistência com o inábil executivo Felipe Albuquerque já pré-disposto a descartar o técnico Márcio Fernandes, demitido logo na quinta rodada do Parazão. E para confirmar que o Paysandu na atual gestão é uma sucessão de remendos, MF volta sete meses depois, contratado por exclusão, sob expectativa de ser o salvador da pátria.
Ano passado, Márcio Fernandes chegou com 13 rodadas pela frente, promoveu a reação do time e evitou o rebaixamento à Série C. Agora ele reassume o cargo novamente com 13 rodadas pela frente, porém numa missão bem mais desafiadora. Se tiver sucesso, será celebrado como São Márcio Fernandes. Então, que venha o milagre para a glória de um clube sem projeto, campeão em remendos.
Azulinos: humor de um extremo ao outro
O Remo enlouquece a torcida. Joga bem e perde, joga mal e vence. É muito mais vitorioso quando visitante do que como mandante. E o humor dos torcedores varia entre extremos. No meio dessa ebulição, o técnico Antônio Oliveira e o executivo Marcos Braz seguem com um pé no céu e outro no inferno.
O pós-vitória desta semana alimenta as esperanças de decolagem e acesso, inclusive pelo fato de o próximo jogo ser fora de casa, em Goiânia, contra o Vila Nova, no sábado. A três pontos do G4, com 13 rodadas pela frente, com larga margem de crescimento, o Leão Azul segue bem cotado entre os candidatos à Série A 2026, enquanto produz irritações, apreensões, reanimações, empolgações...
BAIXINHAS
* Vila Nova, próximo adversário do Remo, teve um impulso na chegada do técnico Paulo Turra, com duas vitórias seguidas, mas não vence há três rodadas e está sob descrença para o acesso. O time está sem os volantes Ralf e Arilson e o lateral William Formiga, lesionados. O ex-bicolor João Vieira cumpriu suspensão e está voltando.
* Os nãos de vários outros técnicos fizeram o Paysandu recontratar Márcio Fernandes. Foi uma contratação por exclusão, mas pode ter sido a melhor escolha. MF chega sabendo em que terreno vai pisar, em quem pode confiar e tem noção das consequências de cada atitude.
* O Remo que já tem a dupla Jaderson e Jânderson, o trio Pedro Rocha, Pedro Costa e Pedro Castro, agora tem também o trio Nathan Santos, Nathan Camargo e Nathan Souza. Esse último, que veio do Grêmio/RS, se prepara para estrear dizendo que joga como meia central e também pelos lados do campo. Já o grego Panagiotis Tachtsidis é clássico meia central.
* América Mineiro vem a Belém como terceiro pior visitante do campeonato. Em 12 jogos, nove derrotas, duas vitórias e um empate. O clube está na zona do rebaixamento: 17° com 26 pontos. O meia Miguelito, que ontem integrou a seleção boliviana contra o Brasil, estará em campo pelo América em Belém.
* Mais uma demonstração de que o Paysandu não tem projeto no futebol. Três semanas depois da contratação para coordenar as categorias de base, Ignácio Neto já é também auxiliar-técnico permanente, cargo deixado ontem por Sandro Forner. É só mais um remendo na colcha de retalhos bicolor.
* Com o zagueiro Klaus pendurado (dois cartões amarelos), uma vaga vai se abrir em breve para estreante na zaga do Remo. O uruguaio Cristian Tassano é o candidato imediato, mas o paraense Kawan, cedido pelo Botafogo, também está na fila. O canhoto Kayky Almeida é reserva de Reynaldo.
* Que ajuste Márcio Fernandes fará no time bicolor para sábado? A instabilidade do time suscita hipóteses como terceiro zagueiro ou mais um homem de marcação no meio de campo. Leandro Vilela está fora, suspenso por cartões amarelos. Carlos Eduardo, Ramon Vinícius, Denilson e João Marcos à disposição para estreia.
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