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Irreverência sob medida

Carlos Ferreira

Apagar os refletores do Baenão, após o jogo contra o Vitória, para a volta olímpica com a taça do Parazão, foi irreverência sob medida, dos azulinos, em resposta ao "apagão" da Curuzu. Lançar camisas alusivas à comemoração no escuro, uma sacada de marketing. O Remo lava a alma da torcida e capitaliza o fato tratando-o como algo folclórico, da rivalidade. O clube teve sensibilidade para preferir irreverência às reações raivosas que alguns defendiam.

A faixa exibida no gramado do Baenão, com alusão à violência contra as mulheres, foi outra sacada do Remo, que, ao mesmo tempo, cobra das autoridades contra o agressor da conselheira Valeny Silva. FPF, TJD e patrocinadores, esses sim, têm o dever de cobrar do Paysandu pelo desrespeito no "apagão". A direção do Remo está dando exemplo de sobriedade. Parabéns!

Thiago, da troca de sobrenome à mudança de vida

Ele chegou Thiago, passou a ser chamado de Thiago Rodrigues, depois Thiago Coelho, ganhou visibilidade ao substituir Vinícius, atravessou do Baenão para a Curuzu, amargou a reserva de Elias Curzel. Finalmente, Thiago Coelho completou a mudança de vida, agora titular do Papão para a Série C, como já foi contra o Remo na finalíssima do Parazão.

Aos 26 anos, Thiago Coelho tem mais 10 a 12 anos de carreira, e esse é o momento da decolagem, no desafio de fazer sucesso num clube onde nenhum dos últimos 11 goleiros conseguiu emplacar.

BAIXINHAS

* Além do goleiro Thiago Coelho, também o atacante Marcelo Toscano e o lateral Patrick Brey saíram com crédito da decisão estadual. Com o gol que fez no Re-Pa, Toscano quebrou um jejum de 35 jogos, um ano e uma semana sem balançar as redes.

* Brenner, do Remo, está bem nas estatísticas: 14 jogos pelo Remo e sete gols Média de um gol a cada dois jogos, e muita utilidade na função de pivô. Neto Pessoa, o antecessor dele, fez 10 gols em 15 jogos. Agora está no Sabah da Malásia, com dois jogos e um gol.

* Pode se repetir com José Aldo o que o Paysandu viveu ano passado, ao perder o artilheiro Gabriel Barbosa, que o Palmeiras cedeu de graça, bancava e quando bem quis o tirou da Curuzu e o colocou no Seoul da Coreia do Sul. No caso de José Aldo, os investidores que o cederam ao Papão querem transferi-lo para a Ponte Preta, Série B. Mas o Papão cobriu a proposta da Ponte e tem esperança de segurá-lo.

* Desde a década de 80, o Pará acumula 12 acessos no Campeonato Brasileiro. O Paysandu subiu de série quatro vezes: 1991, 2001, 2012 e 2014, sendo campeão da Série B nos dois primeiros acessos. E em 2014 foi vice da Série C.

* O Remo subiu cinco vezes: 1989, 1993, 2005, 2015 e 2020. O Leão tem apenas um título nacional: Série C de 2005. A Tuna tem dois acessos, ambos com título: 1985 (B) e 1992 (C). O outro acesso, também com título, foi do São Raimundo, na primeira edição da Série D, em 2009.

* Leitores cobraram e a coluna esclarece sobre títulos regionais computados pela dupla Re-Pa. O Remo tem sete: duas Copas Norte em 1968 e 1969, Norte-Nordeste 1971, torneio Pará/Goiás 1972, torneio Pará/Maranhão 1977, torneio Pará/Ceará 1994 e Copa Verde 2021. Paysandu: Copa Norte 2002 e Copas Verdes 2016 e 2018. A coluna apenas soma os títulos que os clubes registram.