Em dias de fantasia, "Seu Boneco" é realidade para Agnaldo
"Se alguém na rua grita 'ei Agnaldo', eu ainda tenho dúvida se é comigo. Mas se grita 'ei Boneco' eu já sei que é comigo", diz o ídolo do Remo sobre o apelido que virou identidade, e que neste carnaval seria a sua melhor fantasia.
Antes de vir para o Remo, trocado pelo zagueiro Chico Monte Alegre, em 1991, Agnaldo era "Bambam" no Sport Recife. Bambam, no desenho animado dos Flintstones, era um menino de força descomunal. Mas "Seu Boneco" chegou mais forte e emplacou pra sempre. Virou identidade de um volante sergipano entroncado, raçudo, irreverente e muito vitorioso no Pará. Como atleta, pentacampeão estadual pelo Remo e campeão pelo Paysandu. Como técnico, campeão pelo Remo com 14 vitórias em 14 jogos, em 2004. Assim, Seu Boneco vai ou não vai pra galeeera? hahaha...
Como surgiu o apelido?
O sucesso imediato de Agnaldo no Remo coincidiu com o sucesso da Escolinha do Professor Raimundo, na Globo, especialmente do Seu Boneco, personagem do ator Lug de Paula. Bastou alguma semelhança na aparência para o apelido surgir e emplacar. Quem primeiro o chamou assim foi o lateral Marcelo, no ambiente interno do Remo. Ao fazer gol num amistoso contra o Santa Cruz/PE, no Baenão, Agnaldo comemorou imitando o "Seu Boneco". Pronto! O apelido caiu na boca do povo.
Passadas três décadas, Agnaldo se diverte vendo o neto Lorenzo, de cinco anos, imitando o personagem da TV que o rebatizou.
BAIXINHAS
* Apelidos no futebol paraense que anularam os nomes: Lecheva (Ricardo), Flamel (Arlisson), Macaco (Braulino), Castor (Rozivan), Cacaio (João Carlos), Robgol (Robson), Belterra (Jorge Wilson), Patrulheito (Augusto), Tuíca (Antônio Borges), Bira (Ubiratan), Quarentinha (Paulo Benedito e também Waldir Lebrego), entre outros.
* Jogadores cujo apelido virou sobrenome: Ageu Sabiá, Wagner Xuxa, Carlos Alberto Urubu, Marinho Galo Velho, Roberto Bacuri, Durval Fuscão Preto, Alfredinho Jabuti,
Marinho Galo Velho, Alcino Negão Motora, Marcos Brucutu, Claudecir Graúna.
* Em 1980, passou pelo Remo o goleiro Mão de Onça, cedido pelo Dom Bosco (de Cuiabá). Mão de Onça (nem se falava no nome dele, João Ferreira) foi só mais um reserva de Dico, mas era famoso não só pelo apelido singular, mas também por ser um grande goleiro.
* O atual Campeonato Paraense está cheio de apelidos. Tem em todos os times: Garagau, Scooby e Pulga na Tuna; Negueba, Debu, Piauí, Lukaku e Balotelli no Bragantino; PC Timborana, Thurram e Mauro Ajuruteua no Caeté; Muriqui, Paulinho Curuá e Pingo no Remo. Bambelo, Xandão, Gabriel Agu e Wagner Ficha no Castanhal;
* Pet, Papyk, Bruce, Pilar e Negueba no Cametá; Deola, Mimica, Mucuri, Aquiraz e Biro no Independente; Popaye, Foguinho, Balão Balão e Quadrado no Águia; Vivico, Negueba e Mago no Itupiranga; Bileu e Juan Pitbull no Paysandu; Wellington Gigante no Tapajós; Evandro Gigante, Samuel Búfalo, Heré no São Francisco.
* A coluna deseja ótimo carnaval a todos, com ou sem apelido, mas na melhor irreverência, com alegria, moderação, responsabilidade e paz.
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