Alcoolismo no futebol, um vício contra a carreira, a saúde e a vida Carlos Ferreira 03.11.24 8h00 Alcino, à esquerda, é o maior ídolo da história do Remo e foi vítima do alcoolismo. () O alcoolismo é um assunto ainda tratado como tabu nos clubes brasileiros e pouco estudado no país. No entanto, seus efeitos podem ser devastadores para a carreira, a saúde e a vida dos atletas. Embora os dados sobre o problema sejam escassos no Brasil, um levantamento global sobre problemas de saúde na profissão, realizado em 2014, evidenciou a dimensão dessa questão. A pesquisa, que ouviu 180 atletas em atividade e 121 aposentados, revelou que 26% dos jogadores em atividade apresentavam distúrbios de ansiedade e depressão (principalmente pela pressão do trabalho), enquanto 40% dos ex-atletas sofriam desses problemas, geralmente devido ao desânimo após a aposentadoria. Em 2015, o Sindicato Internacional dos Profissionais de Futebol realizou um estudo com cerca de 800 jogadores e constatou que 9% dos atletas ativos e 25% dos aposentados admitiram consumir bebidas alcoólicas em excesso. Vale lembrar que, de acordo com a Agência Mundial Antidoping, o álcool não está incluído na lista de substâncias proibidas no esporte. Ídolos vencidos pelo alcoolismo Diversos ídolos do futebol brasileiro foram tragicamente marcados pelo alcoolismo. Alcino, Neves, Bira, Durvalino, Paulinho Rabiola e Lupercínio – todos atacantes – e o goleiro Ferreira são nomes expressivos do futebol paraense cujas vidas foram encurtadas por doenças causadas pelo consumo excessivo de álcool. Outros grandes nomes nacionais, como Garrincha e Sócrates, também tiveram suas histórias ligadas a esse problema. Além de encurtar vidas, o consumo excessivo de álcool compromete carreiras, prejudicando o desempenho dos atletas. Adriano Imperador, Ronaldinho Gaúcho, Jô e Cicinho são exemplos de jogadores que enfrentaram problemas com o álcool. Seu consumo, agudo ou crônico, provoca desidratação, desequilíbrio psicomotor e psicológico, inflamação, menor capacidade muscular e retarda a recuperação pós-jogo. Baixinhas Em resposta ao pedido do colunista, o professor Erick Cavalcante, fisiologista do Remo, aprofundou-se nos estudos sobre os efeitos do álcool na performance e na saúde dos atletas. Embora as farras com cerveja tragam prazer, seus danos são significativos. O efeito mais impactante do álcool é o desequilíbrio psicomotor, que compromete a coordenação nas ações em campo. Isso se traduz em erros de passes, finalizações e tomadas de decisão. Muitas vezes, o atleta não percebe ou nega a relação entre suas falhas e o álcool ainda presente em seu organismo. Além de desidratar, o álcool reduz o desempenho físico, aumenta a inflamação nos músculos, retarda a recuperação e causa danos psicológicos, especialmente em casos de consumo agudo. Alguns atletas bebem com tanta frequência que podem ser considerados alcoólatras. O ambiente dos atletas da base, que buscam interação com profissionais, é propício a aderir às farras de cerveja, churrasco e pagode. Cabe aos clubes e às famílias ficarem atentos e trabalharem na conscientização desses jovens. Infelizmente, alguns clubes acabam trazendo o problema para dentro de casa, como nos casos de Yony González e Cazares, cuja curta e danosa passagem pelo Paysandu foi marcada pelo envolvimento com álcool. O agravante é que o clube os contratou já ciente de seus históricos. As histórias sobre Alcino no Remo dos anos 70, quando chegava embriagado, dormia algumas horas e ainda conseguia atuar bem, são amplamente exploradas. Naquela época, os atletas corriam sete a oito quilômetros em 90 minutos; hoje, percorrem mais de 12 quilômetros por jogo. O nível de exigência física aumentou significativamente, embora ainda existam no mercado jogadores que deixam a desejar em disciplina e preparo físico. Amanhã, às 21 horas, o Papão enfrentará a Ponte Preta em Campinas. Será uma partida decisiva para ambos os times na luta contra o rebaixamento, exigindo total lucidez e desempenho físico completo dos jogadores. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes futebol jornal amazônia paysandu remo colunas carlos ferreira alcoolismo COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Carlos Ferreira . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM CARLOS FERREIRA Carlos Ferreira Parazão 2025: Dois meses e meio de rivalidades regionais 05.12.24 9h47 Carlos Ferreira Hora "H" do estica e puxa no mercado 04.12.24 7h00 Carlos Ferreira Paysandu tem desafio com o calendário; Remo precisa mudar time 29.11.24 9h55 Futebol Remo com calendário extenso; Paysandu com novo gramado 28.11.24 9h39