A estruturação jurídica: organizando empreendimentos Nos últimos 10 anos as empresas passaram a se preocupar com sua forma jurídica Jean Carlos Dias 08.01.19 8h00 Uma certeza inquestionável desse final de século é que a economia mundial volta a sofrer um processo de concentração de capitais. Esse novo processo possui uma clara face transnacional e eminentemente privada, isto é, os conceitos políticos limitativos (nação, país, soberania, etc.) tal como a interferência governamental, possuem pouca ou nenhuma importância na análise desse fenômeno. Por outro lado, essa transformação no cenário mundial gera de forma imediata uma séria de adaptações no mercado interno de todos os países que se propõe ao "jogo global ", e, como não poderia deixar de ser, as empresas são as primeiras atingidas pela necessidade de adaptação. A par das alterações tecnológicas, da revisão das relações trabalhistas, da otimização do processo produtivo, do planejamento fiscal e de uma série de ações que visam aperfeiçoar a atividade empresarial, as empresas brasileiras passam, atualmente, por um processo inédito e marcante de reorganização. A concepção de reorganização que adotamos neste caso extrapola a reorganização do processo gerencial e produtivo (reengenharia, downsizing, rightsizing, etc) se traduzindo também pela mudança no próprio modelo jurídico da empresa. Nos últimos dez anos, como nunca antes, as empresas passaram a se preocupar com sua forma jurídica. Muitas empresas deixaram formas tradicionais como a limitada e mesmo a forma individual e se tornaram sociedades anônimas. Muitas, apenas para exemplificar entre inúmeras possibilidades, foram cindidas e passaram ao controle de uma "holding", ou foram simplesmente incorporadas ou fundiram-se em empresas maiores. Isso é necessário tanto para garantir o foco das empresas em suas atividades prioritárias como, também, para segregar os riscos empresariais e mesmo assumir posições de mercado relevantes. Esse movimento, que foi percebido em grandes grupos empresariais, se expandiu de forma consistente e integrando, atualmente, a formulação de qualquer plano de negócios. Isso fez com que, longe de ser uma operação de "grandes empresas", as reorganizações se tornaram uma necessidade real de proteção aos interesses empresariais e mesmo de estabilidade do mercado. Todos os empreendedores, atualmente, têm que levar em consideração a organização jurídica, não somente por implicações óbvias como tributação, regime patrimonial, entre outras, mas por razões ligadas a própria capacidade de demonstração de planejamento empresarial sem o qual a atração de investimentos é, praticamente, impossível. Até mesmo negócios embrionários, como as startups, já passaram a contratar advogados especializados para avaliar e propor os modelos jurídicos adequados, de modo a apontar a sua aptidão para a maturação do negócio e seriedade do projeto de desenvolvimento. Cada vez mais, assim, a estruturação jurídica é pensada antes e não após o início das atividades, com ganhos crescentes de eficiência e segurança. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave escola do conhecimento jean carlos dias COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Jean Carlos Dias . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM JEAN CARLOS DIAS Direito e Empresa A 'nova' reforma tributária A proposta do governo tem que levar em consideração a necessidade de simplificação, de transparência e de neutralidade para ser, minimamente, aceitável 06.08.20 18h00 Direito e Empresa A Pandemia: cinco aspectos jurídicos que as empresas devem considerar O vírus será controlado, a crise vai passar e as empresas que tomarem as medidas corretas estarão mais fortes e competitivas 10.04.20 18h00 Direito e Empresa Empresários precisam estar prontos para lidar com a inovação Saber aproveitar a inovação de forma positiva exige planejamento e um bom suporte jurídico 02.03.20 18h00 Direito e Empresa As soluções da advocacia estratégica para a realidade das empresas A advocacia estratégica é uma forma de atuação, mais integrada e profunda, que é tendência na gestão contemporânea das empresas 24.01.20 18h00