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Círio 2023: Pará entrega corda produzida pela primeira vez no Estado

Mais de uma tonelada de fibra de malva, uma planta amazônica, foi usada na produção da peça confeccionada por empresa com o apoio do governo

O Liberal

Um dos principais símbolos da maior Festividade Nazarena, a corda do Círio, pela primeira vez fabricada no Pará, com malva amazônica, foi entregue nesta quarta-feira (13), pelo Governo do Estado, à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), em Belém. A peça já está guardada na Estação Padre Luciano Brambilla, da Basílica Santuário, e será vistoriada, como sempre acontece, pela DFN, em 23 de setembro.

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A cerimônia de entrega foi dividida em dois momentos, no município de Castanhal. Às 8h, na sede da CTC, com a presença de diversas autoridades locais, dirigentes e funcionários da companhia têxtil. Na ocasião, foi celebrada uma benção. Em seguida, a corda foi conduzida até Belém

Como surgiu a ideia de fabricar a Corda do Círio no Pará

No ano de 2022, o projeto da corda do Círio 2023 foi lançado à Companhia Têxtil Castanhal. De acordo com o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, a ideia surgiu de forma inusitada.

“Foi durante uma visita técnica de representantes da Sedeme, a convite da CTC, aos campos de malva, na zona rural do município de Monte-Alegre, no oeste paraense. Durante o percurso, um dos carros atolou, e chovia muito. Na tentativa de tirar o veículo do atoleiro, foi usada uma corda, que arrebentou várias vezes. Diante de tal situação, me veio a lembrança da história da corda em relação à berlinda, que em suas primeiras edições ficou atolada. Na ocasião, chamei o gerente da CTC, Robson, e lancei o desafio para fabricar a Corda do Círio 2023. Ele aceitou de imediato”, contou o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo.

Um protótipo de 50 metros foi apresentado no dia 31 de março, na sede da CTC, ao coordenador do Círio 2023, Antônio Salame. Em seguida o material foi entregue para a Universidade Federal do Pará (UFPA), que realizou vários testes que comprovaram a eficiência do material. Após a entrega dos laudos, foi iniciada a produção da corda.

A DFN, anunciou em abril de 2023, que a corda do Círio, um dos maiores ícones da festividade, seria feita integralmente no Pará, por empresa genuinamente paraense, e doada pela Sedeme em parceria com a CTC.

Para o secretário da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Eduardo Costa, o momento é único, de protagonismo e simbolismo para o Pará. "É uma honra entregar essa corda feita de malva amazônica, mais segura, mais resistente e cultivada por mãos paraenses, que pregam sua fé no Círio". O titular também reforçou a atuação da Secretaria na quadra nazarena. "Esse período é considerado a alta estação para o turismo paraense. O valor estimado de turistas é de 80 mil visitantes e uma previsão de 150 milhões injetados na economia, gerando emprego e renda de todas as atividades envolvidas no turismo", acrescentou.

Revisão da corda

No dia 23 de setembro, a partir das 15h, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e a Guarda de Nazaré realizam uma revisão geral na Corda do Círio. A vistoria, que será realizada no colégio Santa Catarina de Sena, em Nazaré, visa checar detalhes do ícone da festa de Nazaré, como argolas, nós e estações, além da medição dos 800 metros da corda, para saber se estão em perfeitas condições.

Após este momento, a corda utilizada na Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla e a corda do Círio ficará em exposição na Estação das Docas, até os dias das procissões.

História

A corda foi incluída na procissão do Círio, em 1885, quando uma enchente na Baía do Guajará alagou a orla da cidade desde próximo ao Ver-o-Peso até a Igreja das Mercês, durante a procissão. Isso fez com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la.

Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis passassem pela berlinda. Desde então, o item foi incorporado às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

O Círio 2023

O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, com o apoio do governo do Estado e da Prefeitura de Belém. 

Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a celebração, em Belém, em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré acontece anualmente desde o ano de 1793, sempre no segundo domingo do mês de outubro.

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