Círio 2023: missa antecedente à Trasladação lota Colégio Gentil Bittencourt, em Nazaré
Os devotos à Nossa Senhora de Nazaré terão um momento espiritual regido por Dom Alberto Taveira no jardim do colégio católico

A tarde deste sábado (07) ensolarado começou envolta em uma atmosfera de devoção e expectativa, no jardim do Colégio Gentil Bittencourt, no bairro de Nazaré, em Belém. Fiéis, moradores locais e promesseiros reuniram-se para testemunhar o início das festividades do Círio de Nazaré com a missa antecedente à Trasladação 2023. A celebração é conduzida pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, e iniciou por volta das 16h30. O rito católico contou com a presença do Frei Gilson, que irá se apresentar no domingo (08), durante a abertura do Círio Musical.
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Os fiéis se ajoelham em oração, preparando-se espiritualmente para a emocionante jornada que está por vir na romaria que deve iniciar a partir das 17h30. Este ano, a procissão ganhou um toque especial de autenticidade paraense. Pela primeira vez na história do Círio, a Berlinda será puxada pela primeira corda produzida no Pará, um símbolo da rica cultura e tradição da região.
TRASLADAÇÃO
Com percurso de 3,700 Km, a Trasladação faz o sentido inverso do Círio, com chegada prevista para às 23h30. Diferente do que ocorre no Círio, o único carro que sai em procissão na Trasladação é a Berlinda – que conduz a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Este ano a decoração do andor é de Vando Nascimento.
A procissão terá como percurso a avenida Nazaré, avenida Presidente Vargas, rua Boulevard Castilho França, avenida Portugal, rua Padre Champagnat, terminando na Igreja da Sé.
Qual a história da trasladação?
A primeira Trasladação foi conduzida pelo próprio Governador Francisco de Souza Coutinho, com o Capelão do Palácio, Pe. José Roiz de Moura, que levaram a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré em uma breve procissão da Matriz até o Palácio. Não há uma data precisa e não há registro se houve ou não acompanhamento de pessoas do povo.
Em fevereiro de 1887, por meio do decreto de nº 414 do Governador Dr. Augusto Montenegro, o Colégio Amparo mudou a denominação para Instituto Gentil, permanecendo no antigo endereço, na Rua do Açougue. Em 26 de junho de 1906 foi inaugurado o Colégio Gentil Bittencourt, onde permanece até hoje. Neste mesmo ano, a Trasladação passou a sair do colégio, no novo endereço, na avenida atualmente denominada como Magalhães Barata.
Nos anos 70, por ser uma procissão noturna, com clima ameno, as senhoras de mais idade reuniam-se em grupos e seguiam a procissão na corda. A partir de 1985, com o aumento de promessas da corda, a participação das senhoras começou a ficar problemática. Atualmente a corda da Trasladação é tão disputada quanto a do Círio. Em ambas as procissões é utilizada uma corda com 400 metros.
Só em 1988, a Trasladação passou a ter o mesmo trajeto do Círio, mas em sentido inverso, pois antes disso, ela ainda seguia até a Sé, tendo a Avenida Governador José Malcher como rua central do percurso. Em 2005, a Trasladação foi uma das mais longas dos últimos anos, demorou cerca de 6h, com a Berlinda chegando à Sé por volta da 00h.
Presume-se que a primeira missa celebrada por ocasião da Trasladação tenha sido em 1887, na capela do Colégio Amparo. Em 1992, no Círio de número 200, passou-se a colocar um tablado sobre as escadarias do Colégio para celebração da missa, a fim de permitir uma melhor visibilidade da liturgia. Até o ano de 1996, a missa era realizada às 18h, com saída da procissão às 19h, mas a partir de 1997, foi antecipada em uma hora, para agilizar a chegada da Imagem Peregrina. Com o crescimento da romaria em número de participantes a cada ano, em 2009, a missa foi antecipada para às 16h30.
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