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Grafites redesenham paisagem da Cidade Modelo

São painéis gigantes de pinturas em grafite que retratam a natureza e os principais pontos turísticos do município, como o Cristo Redentor e o trem 'Maria Fumaça'

Patrícia Baía

Há cerca de três meses a paisagem de Castanhal vem ganhando ares mais coloridos. São painéis gigantes de pinturas em grafite que retratam a natureza e os principais pontos turísticos do município, como o Cristo Redentor e o trem “Maria Fumaça”. As pinturas em grafite podem ser vistas em alguns prédios públicos localizados no centro e na periferia de Castanhal. O trabalho agradou a população.

 

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Para Marlon Silva o trabalho realizado em Castanhal valorizou o trabalho do grafiteiro, que um dia já foi visto com discriminação. “Passamos de discriminados a valorizados. Hoje o grafite é arte e isso é muito bom para todos os profissionais que trabalham com essa arte”, disse.

A ideia de utilizar os muros dos prédios públicos, como dos postos de saúde, creches e ginásios esportivos, para serem usadas como telas gigantes partiu do vice prefeito, Ênio Monteiro. “Eu já tinha visto que o grafite estava sendo muito usado em cidades que tinha visitado e sempre ficava encantado. Foi então que decidimos, junto com alguns secretários, implantar aqui em Castanhal para trazer mais beleza e poder expressar um pouco da nossa cultura”, contou.

No período contemporâneo, as primeiras manifestações dessa forma de arte surgiram em Paris, durante a chamada revolução cultural, em maio de 1968.

 A estética do grafite é bastante associada ao hip-hop, uma forma de expressão artística que também surgiu nas ruas. Nos Estados Unidos, um importante artista grafiteiro foi Jean-Michel Basquiat (1960-1988). Original de uma família haitiana, Basquiat buscou, para sua arte, raízes na experiência da exclusão social, no universo dos migrantes e no repertório cultural dos afro-americanos. Ao longo da década de 1970, seus "textos pintados" tomam os muros de Nova York, principalmente nos bairros que eram redutos de intelectuais e artistas.

No Brasil

Alex Vallauri (1949-1987) é considerado um dos precursores do grafite no Brasil. Etíope, chegou a São Paulo em 1965. Estudou gravura e formou-se em Comunicação Visual pela FAAP. Em 1978, passou a fazer grafites em espaços públicos da cidade. Produziu silhuetas de figuras, utilizando tinta spray sobre moldes de papelão. Morou em Nova York entre 1982 e 1983. Durante esse período, também fez grafites nos muros da cidade.

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