Veterinária de Castanhal que está no Rio Grande do Sul fala sobre dificuldade em devolver animais

Em entrevista ao Grupo Liberal, Andreia Piwtorak destacou também que os trabalhos buscam preservar a saúde pública

O Liberal
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A veterinária Andreia Piwtorak, natural de Castanhal, tem sido uma das muitas figuras heróicas que surgiram para ajudar em meio à tragédia que atinge o Rio Grande do Sul, nas últimas semanas. Em entrevista ao Grupo Liberal, a paraense destacou que, além do resgate de animais e famílias, os trabalhos buscam preservar a saúde pública. Piwtora​k falou sobre os esforços para manter os bichanos vivos e das dificuldades em devolvê-los aos seus verdadeiros donos, dada a escala das inundações.

“A causa já deixou de ser algo pontual relacionado apenas aos animais, virou questão de saúde pública, uma vez que cada animal que vem a óbito contamina, ainda mais, as águas. E, quando essas águas baixarem, o grau de contaminação gerará novas ondas de doenças, portanto estamos, sim, imbuídos em salvar e resgatar animais, mas há um reflexo profundo deste ato na saúde de todos daquela região”, disse a veterinária.

Sobre o número de animais resgatados, Piwtorak fez uma estimativa, mas ressaltou a complexidade da situação. “Existem abrigos com 200 animais, 300 animais... pessoas conhecidas como cuidadores que já têm 30 ou 40 animais em suas casas. Concluo que em torno de cinco mil animais já foram resgatados, quer seja pelos próprios donos que os levaram consigo, quanto pelas equipes. Meu trabalho está muito relacionado ao resgate e cuidados intensos, pois sou cirurgiã e, após resgatar e dar primeiros socorros, encaminhamos para os abrigos. Este número não é algo exato. Há quem esteja fazendo este censo”, apontou.

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Piwtorak explicou que Canoas tem sido o ponto central para os resgates e, devido às inundações, é quase impossível pontuar as áreas que ela e outras pessoas conseguem atender. “Canoas se tornou um centro estratégico de saída para os resgates, mas às vezes, não temos nem referência de onde estamos. Não há referência para enxergar, pois tudo está inundado. Não temos como precisar que áreas conseguimos atingir, Canoas é nossa base e ponto de saída por ainda ter áreas secas e por termos concentrado ali muitas operações”, comentou a veterinária.

Quando perguntada sobre o destino dos animais que estão sendo resgatados, a veterinária Andreia Piwtorak destaca a colaboração entre as ONG’s e a população. No entanto, reconhece a falta de controle sobre abrigos improvisados. “Existem diversas ONG´s e pessoas civis criando abrigos, não há nomes ou referências, criam-se espaços com voluntários e pessoas dispostas aos cuidados cotidianos dos animais”, contou.

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Em relação aos donos dos animais, Piwtorak lamentou que poucos tenham conseguido resgatá-los, dada a escala das inundações e o acolhimento de muitos desabrigados em lares temporários. Além disso, a veterinária também destacou a importância de ter “equipes capacitadas e bem equipadas para lidar com a situação”. “Não basta boa vontade. Precisamos de gente que venha somar, que traga seus equipamentos e roupas, barcos, todo o aparato para somar”, pediu.

A veterinária castanhalense explicou como ela, uma profissional que trabalha diariamente com animais de estimação, lida emocionalmente com a situação testemunhada no Rio Grande do Sul. “Ao tirá-los de seu habitat natural, deixamos eles muito indefesos para os riscos do mundo em que vivemos. Por isso, não meço esforços, pois sei que essa responsabilidade é da humanidade inteira, não apenas de quem tem pet. Eles foram criados e adotados pela humanidade com animais de estimação, temos a responsabilidade com eles assim como temos com nossos próprios filhos”, enfatizou a paraense.

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