Silas Malafaia pede, em nome de Jesus, que sistema de votação trave em caso de ataques hackers
Pastor defendeu que a providência divina dure oito horas, em caso de invasões ao sistema eleitoral, para afastar "quem rejeita os princípios da igreja"
Uma polêmica pregação do pastor Silas Malafaia está dando o que falar na web. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, conduziu um culto de cunho político pontuado por declarações um tanto controversas. Em determinado ponto ele pediu em oração que Deus bloqueasse todo o sistema de voto eletrônico no dia da eleição, por oito horas, "caso ocorresse fraude". O vídeo que registrou a súplica curiosa foi divulgado no canal do pastor no YouTube, no último dia 4.
"Se tentarem roubar essa eleição e fraudar, em nome de Jesus, esse sistema vai ser travado. Vai ficar travado por pelo menos oito horas e ninguém vai conseguir destravar. Aí vai ter que ter uma outra eleição. Essa é a minha oração", disse o líder religioso.
O motivo para esse pedido é o receio do pastor de que hackers possam invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao mesmo tempo em que descredibiliza o voto eletrônico, Malafaia também justifica o pedido como forma de "livrar" a nação de corruptos e dos homens que rejeitam a igreja", a fim de que haja uma nova eleição.
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"...eu não tô falando de autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF), mas de hackers. Os caras invadem sistema de computação do Pentágono, mais seguro do mundo, não vão invadir urna eletrônica?", comparou Malafaia.
Ao longo do discurso, o pastor também mencionou que "há governos que, se eleitos, vão fechar igrejas", mas não mencionou nomes. "Livra a nossa nação de corrupto, livra a nação de homens que rejeitam a tua igreja e os teus princípios e valores, Nós te pedirmos, Senhor, pelo menos por 8 horas para que a verdade se estabeleça", acrescentou.
O pedido em oração diante de centenas de fiéis está alinhado ao discurso do próprio presidente Bolsonaro, que faz reiteradas críticas à segurança do voto eletrônico, sistema adotado pelo Brasil.
Fake news
Em outro trecho do culto, Malafaia sugere que há correntes políticas que planejam fechar igrejas: "Ficamos chocados quando comunistas ímpios rasgam a bíblia e tacam fogo nela. E quando os crentes rasgam a bíblia de seus corações, que apoiam gente que nos odeiam e odeiam nossos fundamentos e princípios? Estão queimando bíblia, estão fechando igreja, mas estamos votando em gente que apoia governos que fecham igrejas".
O boato, difundido entre as comunidades evangélicas, já foi alvo de processo que apontou o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) como principal divulgador.
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