MENU

BUSCA

Peixe-elétrico: choque pode atingir até 860 volts, acender lâmpadas e matar cavalo; entenda

A descarga do animal pode ser fatal para o ser humano; saiba mais

Paula Figueiredo

Na última sexta-feira (29), um jovem de 18 anos foi hospitalizado com metade do corpo paralisado após ser atacado por um peixe- elétrico nativo da região amazônica, conhecido também como poraquê. O animal, dependendo da sua espécie, pode atingir uma tensão de 650 a 860 volts, acender lâmpadas e até matar um cavalo, segundo uma pesquisa divulgada em 2019. Pensando nos riscos, entenda mais sobre o animal e seus hábitos.

VEJA MAIS

Choque de peixe elétrico paralisa metade do corpo de jovem no Amapá
Lucas Rocha Oliveira, de 18 anos, está internado desde sexta-feira (29) no Hospital Estadual de Laranjal do Jari

Nova espécie de peixe elétrico da Amazônia produz um choque de 8 tomadas
Voltagem é a maior registrada por um animal, chegando a 860 volts

Quais são os hábitos do peixe-elétrico?

Segundo os estudos, as últimas espécies descritas, Electrophorus Voltai e Electrophorus Carii, costumam ter hábitos noturnos, se alimentar de outros peixes, alguns mamíferos e até mesmo insetos. Quando os seus estímulos nervosos são transformados em eletricidade, a descarga pode ser fatal para seres humanos. Apesar dessa alta voltagem, o peixe não é capaz de emitir energia o suficiente para ligar aparelhos domésticos, pois geram apenas pulsos elétricos e não correntes contínuas. Por isso, conseguem apenas acender lâmpadas

O que dizem os especialistas?

Conforme Raimundo Nonato Gomes, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e especialista em pesquisas sobre os poraquês, o animal costuma atacar e se defender de possíveis predadores e, por isso, pode lançar dois tipos de sinais elétricos: um fraco, usado para se localizar no ambiente e para se comunicar com outros animais da mesma espécie, e o mais forte, para atacar suas presas e predadores

"Os seres humanos são vistos como inimigos, então ele se defende. Nós que estamos no território deles. [...] Foi um acidente, com a enchente, a área de vida dos humanos se sobrepôs a dos poraquês, então ele se defendeu com a descarga elétrica. Normalmente eles usam as laterais alagadas dos rios para se alimentar, no período da cheia", afirmou Gomes.

(Estagiária Paula Figueiredo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)

Brasil