Padre é acusado de violência sexual e de praticar orgias

Escândalo atinge a Arquidiocese de São Paulo

Redação integrada com informações da IstoÉ

Elissandro Siqueira, de 24 anos, acusa o Padre Bartolomeu da Silva Paes de tê-lo violentado sexualmente sob ameaças quando ainda era menor de idade. As acusações compõem um processo judicial que está em vigor desde maio na Vara Civil do Estado de São Paulo.

Os advogados Maristela Basso e Guilherme Dudus são os responsáveis pela ação de mais de 700 páginas. Nela, a vítima pede indenização de R $5 milhões por danos morais a ser paga pelo padre e toda a cúpula da Igreja Católica no Estado de São Paulo. 

Os acusados na ação são, além do Padre Bartolomeu, o Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo de Limeira e o Padre Adalton Pereira de Castro. Este último teria tentado violentar Elissandro Siqueira, mas o ato não foi completado. Já o cardeal e os bispos teriam atuado para proteger o padre Bartolomeu, segundo alega a vítima, que os acusa de omissão. Dom Odilo nega todas as acusações em nome dele e dos representantes da Arquidiocese.

Siqueira afirma que não manteve um relacionamento amoroso com o padre. Disse que em todas as vezes que mantiveram relações foi devido a ameaças que sofria. “Ele ficava me ameaçando de morte. Ele tinha uma arma, ele me ameaçava. Ele escondia a arma no guarda-roupa dele, e falava que se eu dissesse alguma coisa ele ia matar a minha família. Eu tinha medo. Eu nunca quis estar com ele”, disse.

As denúncias que envolvem as condutas irregulares do padre Bartolomeu, em relação às doutrinas estabelecidas pela Igreja não são novidade para a cúpula da arquidiocese paulista. De acordo com o advogado da vítima, o cardeal Dom Odilo Scherer soube das condutas do padre no começo de 2018. A data consta na ação civil. Foi quando Siqueira ingressou com uma ação trabalhista contra o padre, alegando que era forçado a realizar serviços inadequados a mando do religioso. 

A ação foi arquivada. No mesmo ano, a cúpula da Igreja Católica deu início a uma comissão prévia para investigar as denúncias contra o religioso. Coincidentemente, o padre Bartolomeu pediu, em março de 2018, seu afastamento das funções de pároco. Mas foi promovido a atuar no centro da cidade, na Paróquia Santa Cecília, em uma prática comum de transferências mundialmente usada pela Igreja Católica sempre que os padres são acusados de violência sexual, pedofilia ou até mesmo homossexualismo.

Dom Odilo negou todas as acusações de omissão: “Nego inteiramente a acusação de omissão, quer por parte da Arquidiocese de São Paulo, quer por parte de quaisquer de seus Representantes”. Segundo ele, várias denúncias chegam até a Diocese, e todas são “objeto de atenta verificação e providências, conforme normas da Igreja, no âmbito de suas competências”. O cardeal, contudo, não respondeu quantas chegaram até seu conhecimento neste último ano.

Enquanto aguarda uma decisão da Justiça, Elissandro Siqueira vive em uma chácara, em São Paulo, que pertence a um amigo seu do tempo em que ele frequentava a Paróquia Monte Serrat. 

Siqueira afirma que sofre consequências psicológicas pelo fato, como síndrome do pânico. “Espero que justiça seja feita. É difícil, já tentei me matar, fico vendo que nada é feito. Fui abusado, isso aconteceu comigo. As pessoas acham que é pelo dinheiro, mas eu quero que a justiça seja feita”, afirma.

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