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Pacientes de clínica clandestina eram torturados em piscina com iodo, diz polícia

Os internos tinham que dividir banheiro entre 44 pessoas e usavam balde como vaso sanitário. Os pacientes também sofriam agressões com barras de ferro.

Gabriel Bentes
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Uma clínica de reabilitação clandestina em Aparecida de Goiânia, em Goiás, foi interditada pela Polícia Civil após denúncias de tortura e maus-tratos contra dependentes químicos e pessoas com doenças mentais que residiam no local. Segundo a corporação, os pacientes viviam em condições desumanas, recebendo agressões e castigos.

Os agentes entraram no local, na última segunda-feira (16), e encontram um interno dentro de uma piscina cheia de sujeira e iodo, substância corrosiva que pode causar dor, bolhas, irritação e queimaduras em toda área de contato atingida.

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Em relato aos policiais, o jovem disse estar na piscina pois foi colocado de castigo. O dono da clínica não foi encontrado no local no momento da operação e, por isso, não pôde ser preso em flagrante. O nome dele não foi divulgado.

A clínica fica localizada no bairro Jardim das Cascatas e tinha 75 internos do sexo masculino, entre maiores e menores de idade. Mesmo funcionando irregularmente, o local cobrava o valor de R$ 1,2 mil por mês pelas internações.

Ainda durante a fiscalização, a polícia constatou que a água utilizada para o consumo e banho dos pacientes era retirada de um córrego por meio de uma bomba, e, portanto, não recebia nenhum tipo de tratamento para se tornar potável. Além disso, vários internos mostraram pedaços de ferros que eram utilizados para agressão e tortura pelos funcionários do local.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Antônio André Santos Júnior, vários internos se queixavam de diarreia e vômito, em decorrência da qualidade de água. Ainda segundo o investigador, vários outros pacientes também relataram espancamento.

Tortura

Os internos também disseram aos policiais que as condições dos dormitórios eram extremamente insalubres, a ponto de terem que compartilhar um único banheiro entre 44 pessoas. Além disso, suas necessidades básicas eram feitas em um balde.

Conforme o testemunho de um dos internos, eles recebiam medicação e, em seguida, eram colocados na piscina. Quando os efeitos do medicamento se manifestavam, eram expostos ao sol e posteriormente colocados em um "quartinho", onde sofriam agressões.

Os familiares dos internos foram informados sobre a ação policial e as condições em que se encontraram como vítimas. Conforme as autoridades, o proprietário da clínica pode enfrentar acusações de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

A Vigilância Sanitária, Assistência Social, Meio Ambiente e o Conselho Tutelar também estariam presentes na clínica. Após a operação, todos os internos foram entregues aos seus responsáveis ​​legais.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão da coordenadora de OLiberal.com, Heloá Canali)

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