Mulheres ricas trabalham em casa seis horas a menos que as mais pobres, diz IBGE
Além da renda, tarefas domésticas também são desproporcionais no Brasil, segundo estudo

Mulheres de alto padrão de renda, que integram os 20% mais ricos da população brasileira, trabalham em média 18,2 horas por semana cuidando de outras pessoas ou realizando afazeres domésticos. Já as mais pobres, onde estão entre as brasileiras com 20% de menor rendimento, dedicam 24,1 horas semanais a essas mesmas atividades.
Os dados são do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, cuja segunda edição foi publicada nessa quinta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento considera a fatia de 20% mais pobres as famílias com renda de até R$ 350 por pessoa. Na outra ponta, nos 20% mais ricos, estão famílias bem heterogêneas financeiramente, em domicílios com rendimento per capita de R$ 1,7 mil até R$ 164 mil. Ou seja, famílias que estão longe de serem ricas, por ganharem menos de R$ 2 mil por pessoa, até as mais ricas mesmo, com mais de R$ 150 mil por pessoa.
Como se pode imaginar, a diferença de quase seis horas no tempo dedicado ao serviço doméstico entre as duas pontas está na possibilidade de terceirização do serviço pelas mulheres ricas, contratando o trabalho doméstico de babás, faxineiras e cozinheiras.
Nas famílias dos 20% mais ricos, há acesso também a creches particulares, contrastando com as mais pobres, em um país com deficiência crônica de vagas em creches públicas.
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