Mulher presa injustamente por 6 anos morre de câncer dois meses após ser absolvida
Damaris passou por diversas penitenciárias. Apenas em março de 2025, a prisão foi convertida em domiciliar com uso de tornozeleira devido condição de saúde
Uma jovem que ficou presa injustamente por 6 anos morreu dois meses após ser absolvida pelo júri. Damaris Vitória Kremer da Rosa, 26 anos, ela foi presa preventivamente em agosto de 2019, por estar supostamente envolvida no homicídio de Daniel Gomes Soveral, ex-namorado, ocorrido em novembro de 2018, em Salto do Jacuí, no Noroeste do RS. Saiba mais sobre o caso a seguir.
A denúncia foi oferecida à Justiça em julho de 2019. Na ocasião, a Promotoria alegou que Damaris "ajustou o assassinato juntamente com os denunciados" e manteve "conduta dissimulada, um relacionamento com a vítima, de modo a fazê-la ir até Salto do Jacuí, local estipulado para a execução". Outras duas pessoas tiveram envolvimento na morte: Henrique Kauê Gollmann e Wellington Pereira Viana. Henrique teria efetuado o disparo que matou Daniel, e Wellington "concorreu para a prática do fato ao ajustar e auxiliar na organização do homicídio".
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A defesa de Damaris sustentava que ela apenas contou a Henrique que teria sido estuprada por Daniel. Em vinganla, ele teria assassinado o homem e ateado fogo no corpo. Ao longo de todo o processo, foram protocolados pedidos de revogação da prisão de Damaris, que receberam pareceres negativos do Ministério Público e foram indeferidos pela Justiça. Ela relatava problemas de saúde, como sangramento vaginal e dor na região do ventre. Ela foi diagnosticada com câncer de colo de útero pouco tempo depois.
Damaris passou por diversas penitenciárias. Apenas em março de 2025, a prisão foi convertida em domiciliar com uso de tornozeleira. A decisão se deu em razão do agravamento dos problemas de saúde da mulher. O caso de Damaris foi a julgamento apenas em agosto deste ano. O Conselho de Sentença absolveu a jovem de todas as acusações a ela imputadas por negativa de autoria baseada na falta de provas.
Ela morreu 74 dias depois em decorrência das complicações de um câncer no colo do útero diagnosticado enquanto estava na cadeia. Ela foi sepultada na última segunda-feira (27), no Cemitério Municipal de Araranguá (SC).
(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)
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