MST cobra avanços na reforma agrária por parte do governo Lula e cita COP 30
'Não é razoável que, em dois anos, o presidente Lula não tenha visitado nenhuma área de assentamento', disse dirigente do movimento

Líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) manifestaram, nesta sexta-feira (20/12), insatisfação com a falta de progresso na reforma agrária, além de cobrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visite assentamentos. Apesar das críticas, o movimento não pediu a saída do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Durante um balanço anual apresentado à imprensa, João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do MST, reforçou o apoio e o compromisso do movimento com o governo Lula. No entanto, destacou que esse apoio não impede uma postura crítica. “Apoiar não significa que não vamos criticar”, afirmou.
COP 30 é oportunidade
Rodrigues enfatizou a expectativa dos sem-terra quanto ao assentamento das 65 mil famílias que ainda aguardam terras, e pressionou para que o presidente assine decretos de desapropriação antes do final do ano. Ele também criticou a ausência de Lula em agendas voltadas aos assentamentos ou à agricultura familiar. “Não é razoável que, em dois anos, o presidente Lula não tenha visitado nenhuma área de assentamento ou de agricultura familiar”, apontou.
No site oficial do MST, uma matéria ouve dirigentes e analisa os acontecimentos do ano e menciona a realização da COP30 em Belém, em 2025, como uma oportunidade estratégica. O texto destaca que, além das conquistas, 2024 trouxe desafios, incluindo uma tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. Esse cenário, segundo o movimento, reforça a urgência de medidas estruturais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e ambientais na agricultura familiar.
Por fim, o MST avalia que a COP30 será uma ocasião crucial para o Brasil liderar iniciativas globais em segurança alimentar e preservação ambiental.
MST elogia Pronaf
Na reportagem, o movimento "reconhece que a recomposição orçamentária do Incra foi importante, pois tem contribuído na sua reestruturação e avançado no cadastramento das famílias acampadas do MST, por parte da autarquia; no entanto, ainda é preciso avançar na criação de novos assentamentos".
Ceres Hadich, da direção nacional do MST, disse que "o acesso ao segundo PRONAF foi uma grande vitória para as famílias Sem Terra e os agricultores familiares, pois representa um avanço significativo no fortalecimento da produção agrícola agroecológica e no apoio àqueles que lutam por um campo mais justo”.
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