Mosquito da dengue e outras espécies invasoras causam prejuízo anual de até R$ 15 bilhões no Brasil

A estimativa foi feita por um grupo de pesquisadores autores do “Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos”

O Liberal
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As espécies exóticas invasoras no Brasil, como os mosquitos do gênero Aedes, transmissores de vírus causadores da dengue, febre amarela, chikungunya e zika, causam um prejuízo anual de até R$ 15 bilhões para o país. A estimativa foi feita por um grupo de pesquisadores autores do “Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos”, lançado nesta sexta-feira (1º) pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês), entidade criada em 2015 com apoio do Programa BIOTA-FAPESP.

Segundo o levantamento, são registradas no Brasil 476 espécies exóticas invasoras – as plantas, animais e microrganismos que são introduzidos por ação humana, de forma intencional ou acidental, em locais fora do hábitat natural. O estudo aponta que das 476 espécies exóticas invasoras registradas no Brasil, 268 são animais e 208 plantas e algas, em sua maioria nativas da África, da Europa e do Sudeste Asiático. Esses organismos se reproduzem, proliferam e se dispersam para novas áreas onde, na maioria das vezes, ameaçam as espécies nativas e afetam o equilíbrio dos ecossistemas.

“Elas representam uma das cinco maiores causas de perda de biodiversidade em escala global”, diz Michele de Sá Dechoum, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e uma das coordenadoras do relatório. As outras quatro são destruição de hábitat, mudanças climáticas, poluição e sobre-exploração de recursos naturais.

Aedes

O mosquito Aedes aegypti, por exemplo, é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes Navegações. O inseto chegou ao Brasil no período colonial. As espécies intrusas estão presentes em todos os ecossistemas, com maior concentração em ambientes degradados ou com alta circulação de pessoas, e em todas as regiões do Brasil.

As áreas urbanas são vulneráveis a espécies exóticas invasoras devido ao grande tráfego de pessoas, commodities e mercadorias via portos e aeroportos, avaliam os autores. “Mas nem as áreas mais preservadas estão imunes da invasão. São encontradas espécies invasoras em 30% das unidades de conservação no país”, relata Andrea Junqueira, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também coordenadora do estudo.  A principal via de introdução é o comércio de animais de estimação e de plantas ornamentais e hortícolas, indica o estudo.

“A maioria das espécies invasoras causadoras de impactos negativos no Brasil foi introduzida intencionalmente, como a tilápia, o tucunaré, o javali e o caracol gigante”, afirmou Mário Luis Orsi, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e também coordenador do estudo.

Prejuízo

Ao longo de 35 anos – 1984 a 2019 – o prejuízo mínimo estimado em razão dos impactos ocasionados por apenas 16 espécies exóticas invasoras variou de US$ 77 bilhões a US$ 105 bilhões – uma média anual de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões. Dentre essas espécies estão principalmente pragas agrícolas e silviculturais – responsáveis por um prejuízo acumulado no período de US$ 28 bilhões – e vetores de doenças, como o Aedes aegypti – causadores de perdas de US$ 11 bilhões no mesmo período.

As estimativas foram feitas com base em um levantamento dos prejuízos em termos de perdas de receitas e custos de manejo direcionados para ações de prevenção, controle e mitigação de impactos negativos de espécies exóticas invasoras reportados por órgãos do governo e empresas públicas e privadas.

“A maioria das espécies invasoras causadoras de impactos negativos no Brasil foi introduzida intencionalmente, como a tilápia, o tucunaré, o javali e o caracol gigante”, afirmou Mário Luis Orsi, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e também coordenador do estudo.

Ao longo de 35 anos – 1984 a 2019 – o prejuízo mínimo estimado em razão dos impactos ocasionados por apenas 16 espécies exóticas invasoras variou de US$ 77 bilhões a US$ 105 bilhões – uma média anual de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões. Dentre essas espécies estão principalmente pragas agrícolas e silviculturais – responsáveis por um prejuízo acumulado no período de US$ 28 bilhões – e vetores de doenças, como o Aedes aegypti – causadores de perdas de US$ 11 bilhões no mesmo período.

As estimativas foram feitas com base em um levantamento dos prejuízos em termos de perdas de receitas e custos de manejo direcionados para ações de prevenção, controle e mitigação de impactos negativos de espécies exóticas invasoras reportados por órgãos do governo e empresas públicas e privadas.

“Os impactos são muito maiores do que imaginamos. Faltam estudos científicos sobre muitas espécies com alto potencial invasor. O ambiente marinho demanda maior atenção dado o potencial de prejuízo”, avalia Orsi.

Os prejuízos causados pelas espécies invasoras estão relacionados a perdas de produção e horas de trabalho, internações hospitalares e interferência na indústria de turismo.

 

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