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Estudo mostra que crianças têm baixa taxa de transmissão da covid-19 para adultos

Pesquisa coordenada pela Fiocruz investigou a contaminação na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro

Redação Integrada, com informações d'O Globo

Um estudo de cientistas brasileiros e estrangeiros constatou que crianças têm maior probabilidade de serem infectadas por adultos do que de transmitirem a covid-19 para eles.
Os pesquisadores investigaram a transmissão na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro, de maio a setembro de 2020, e mostraram que todas as crianças que testaram positivo haviam tido contato com adultos ou adolescentes com sintomas do novo coronavírus. 

A coordenadora do estudo, Patrícia Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ressalta que os dados se referem a um momento diferente da pandemia, quando a variante P.1, mais transmissível e hoje dominante, ainda não havia surgido. O distanciamento social também era maior do que agora.

“Ainda assim não faz sentido manter as escolas fechadas com o restante da economia aberta”, diz a cientista. “A vacinação dos profissionais de educação, no entanto, é essencial para a reabertura”, completou.

No início da pandemia, se acreditava que, a exemplo do que ocorre com a gripe e outras viroses respiratórias, as crianças poderiam ser grandes transmissoras de covid-19. Mas, na prática, não se observou um papel significativo dos menores na propagação, embora as escolas tenham permanecido fechadas. Além disso, eles têm sintomas leves da doença.

Intitulado “A dinâmica da infecção de Sars-CoV-2 em crianças e contatos domiciliares numa comunidade pobre do Rio de Janeiro”, o estudo analisou dados de 323 crianças (de 0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. A base da pesquisa foi o acompanhamento de crianças atendidas no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), em Manguinhos. Foram 45 crianças que testaram positivo para o Sars-CoV-2 (13,9% do total). 

Os cientistas fizeram visitas às residências dessas crianças e as testaram com PCR (para detectar o coronavírus) e sorologia (em busca de anticorpos que revelassem exposição ao Sars-CoV-2). Adultos e adolescentes que moravam com as crianças atendidas também foram testados.

Vacinação infantil

Os cientistas ressaltam que mesmo não tendo papel importante na transmissão da covid-19, é preciso incluir as crianças nos ensaios clínicos de imunizantes: “Se os adultos forem imunizados e as crianças não, elas podem continuar a perpetuar a epidemia”, explica Patrícia Brasil.

Atualmente, nenhuma das vacinas contra a Covid-19 foi aprovada para crianças. Elas não participaram dos ensaios clínicos por razão lógica: não são parte dos grupos prioritários. No entanto, os fabricantes de alguns dos imunizantes já iniciaram testes com crianças.

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