Empresário morto no Autódromo: polícia faz croquis do local e traça caminhos da vítima
Uma equipe da investigação esteve no autódromo, acompanhada de responsáveis pela segurança, para traçar os possíveis caminhos percorridos pela vítima
A Polícia Civil de São Paulo tenta descobrir o local em que o empresário Adalberto Amarilio Júnior foi abordado antes de ser morto. O corpo dele foi encontrado no buraco de uma obra no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital.
Nesta terça-feira, 10, uma equipe da investigação esteve no autódromo, acompanhada de responsáveis pela segurança, para traçar os possíveis caminhos percorridos pela vítima. A polícia fez um croquis do local para mapear o percurso.
Adalberto desapareceu no dia 30 de maio, depois de participar de um evento de motos no autódromo. Ele se despediu de um amigo dizendo que iria até o estacionamento pegar seu carro. Pouco antes das 20 horas, ele mandou uma mensagem para sua esposa dizendo que iria jantar em casa. Depois disso, não foi mais visto, nem fez contato. Por volta das 21 horas, quando a mulher respondeu a mensagem, o celular dele estava sem sinal.
A polícia quer agora esmiuçar o trajeto feito pelo empresário entre o local do evento e o estacionamento para tentar descobrir como se deu a abordagem. Quando Adalberto foi encontrado no buraco, ele estava sem a calça jeans e o par de calçados que vestia ao sair do evento. O celular, a carteira e o capacete foram achados no local. A obra estava cercada por tapumes e não havia câmeras instaladas nas proximidades.
A investigação está a cargo de equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), que já ouviram os organizadores do evento.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), com base nas informações obtidas foram elaborados croquis do local. O desenho marca os pontos onde acontecia o evento, o local onde o carro do empresário estava estacionado e o buraco em que o corpo foi achado.
Foram projetados também os possíveis trajetos percorridos por Adalberto. A configuração indica que ele pode ter cortado caminho para chegar ao carro com mais facilidade.
Cinco seguranças que atuaram no evento na data do desaparecimento também prestaram depoimentos. Segundo a investigação, a tomada dos depoimentos busca esclarecer a dinâmica dos acontecimentos na noite em que o empresário foi morto.
Como os laudos iniciais indicam asfixia por compressão torácica como possível causa da morte, não é descartada a possibilidade de Adalberto ter sido vítima de um golpe conhecido como mata-leão.
A perícia encontrou sangue no carro do empresário que estava estacionado no autódromo. Foram solicitados exames para comparação genética a fim de saber se o material biológico é de Adalberto. Quando seu corpo foi retirado do buraco, não haviam marcas evidentes de sangue, fraturas ou traumas, apenas escoriações genéricas.
A polícia requisitou também exame toxicológico, que pode indicar a presença de álcool ou substâncias tóxicas no organismo da vítima. Também foi pedido exame de amostras colhidas sob as unhas da vítima, que pode indicar se ela reagiu e eventuais agressores. "A autoridade policial aguarda os resultados dos laudos médicos e técnicos para esclarecer todas as circunstâncias do caso", diz a SSP.
O empresário Adalberto, que tinha 35 anos, atuava no ramo de óticas e era aficionado pelos esportes de velocidade.
Ele também se envolvia em causas sociais e tinha o hábito de se reunir com amigos em kartódromos para disputar corridas e angariar alimentos, roupas e brinquedos para ajudar instituições. Em suas redes sociais, ele postava imagens das corridas na companhia de amigos e dos troféus que conquistou.
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