Dia do Orgulho Bi: entenda o preconceito e dificuldades enfrentadas por quem tem a orientação sexual
O apagamento, feito até por quem é da comunidade LGBTIA+, é um dos desafios a serem encarados
Neste dia 23 de setembro é celebrado o dia Mundial do Orgulho Bissexual. As pessoas que se identificam assim, lutam para quebrar os preconceitos de uma sociedade baseada na monossexualidade. Esse tipo de dificuldades que pessoas não-monossexuais enfrentam, como é o caso dos bissexuais, é algo frequente até por quem faz parte dos movimentos LGBTIA+. As informações são do UOL.
Um dos primeiros preconceitos sobre quem é Bi, está no mito de que “não precisam sair do armário”, a não ser quando passam a se relacionar com pessoas do mesmo gênero. Para Mariana Serrano, Coordenadora do Núcleo de Diversidade e Inclusão da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB, as coisas não acontecem dessa forma.
“Diz-se que poderíamos existir no mundo sem precisar falar de nossa sexualidade, beneficiando-nos da ‘leitura heterossexual’ que a sociedade faz de nós. Existe, inclusive, a impressão de que essa leitura seria um privilégio, por sermos capazes de nos esconder em plena luz do dia. Eu digo que é bem o contrário’, afirma.
Ela fala sobre os problemas de aceitação, que estão relacionados ao suposto “privilégio” de não precisar se identificar como Bi. “Não existe aceitação social da bissexualidade, logo, para gozarmos desse suposto privilégio teríamos que mentir sobre quem somos e isso as pessoas homossexuais também podem fazer, é só dizer que são heterossexuais. É um absurdo. Não há privilégio algum em ter que mentir sobre si para obter aceitação”, declara.
Mariana diz que a monossexualidade, ato de se relacionar sexual e/ou romanticamente exclusivamente com pessoas de um determinado gênero, produz o apagamento de identidade: “A sociedade não acolhe a multiplicidade de afetos e desejos sexuais que podem existir dentro de uma pessoa só. No entanto, enxerga a orientação sexual das pessoas a partir de ‘com quem aquela pessoa se relaciona’".
Ela conta que, em razão da estrutura monossexual da sociedade, os Bissexuais precisam se assumir a cada novo relacionamento, ficada, flerte ou crush. Precisam diariamente lembrar que existem, pois, pior do que invisíveis, são apagados pela sociedade. Mas nunca vão deixar de tentar se afirmar.
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