Delegada que tinha R$ 1,7 milhão em casa e foi presa em operação é transferida para presídio
No endereço de Adriana Belém, onde foram apreendidos R$ 1.765.300, estava entre os locais dos 119 mandados de busca e apreensão da Operação Calígula
A delegada afastada do Rio de Janeiro, Adriana Belém, já está presa no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na zona norte do Estado. Na última terça-feira (10), ela teve a prisão decretada após a Operação Calígula, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrada contra uma rede de jogos de azar. Na casa da policial foi encontrado R$ 1,7 milhão. Ela foi levada para a Corregedoria da Polícia Civil onde passou a noite, mas nesta quarta-feira (11) foi transferida para o presídio. As informações são da Agência Brasil.
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Antes da transferência, ela foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) para cumprir as normas de entrada no Sistema Prisional do estado. Além da prisão, a delegada foi exonerada do cargo que ocupava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, como comprova a portaria publicada no Diário Oficial do município de hoje.
A Operação Calígula busca reprimir as ações da organização criminosa que tem à frente o bicheiro Rogério de Andrade e seu filho Gustavo de Andrade, e é integrada por dezenas de outros criminosos, entre eles o policial militar reformado Ronnie Lessa, denunciado como executor do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 março de 2018.
Foram cumpridos 119 mandados de busca e apreensão por agentes da Força Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para o caso Marielle e Anderson (Gaeco/FTMA ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). A Operação Calígula incluía ainda 24 mandados de prisão deferidos. Desses, 14 foram cumpridos ontem pelos agentes do MPRJ, um deles para o delegado de polícia Marcos Cipriano, que foi levado para a Corregedoria da Polícia Civil e depois transferido para Bangu 8, no Complexo Prisional de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A advogada Luciana Lopes, que defende a delegada Adriana Belém, disse, em resposta à Agência Brasil, que o pedido de prisão foi feito antes da contagem dos valores encontrados na casa da cliente. Por isso, ela considera a prisão prematura e desnecessária. "A defesa vai tentar que o juiz reconsidere a prisão que, ao sentir da defesa, é temerária”, disse.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informou, em nota, que os dois delegados alvos da operação não exerciam cargos atualmente na Polícia Civil. “Eles estão afastados e lotados em outros órgãos”. A secretaria acrescentou que a Corregedoria-Geral da instituição solicitaria acesso às investigações para dar andamento aos processos administrativos necessários.
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