Caso Kat Torres: paraense obrigava vítima a faturar US$ 15 mil por dia com programas
Kat Torres está presa há mais de um ano por envolvimento em um esquema de tráfico humano para prostituição

Desirrê Freitas, de 27 anos, revelou em uma entrevista na última quarta-feira (6) que trabalhava por cerca de 14 horas diárias em boates de striptease e se envolvia em programas sexuais para atingir uma 'meta' de US$ 15 mil, estipulada por Kat Torres. Kat é coach, influenciadora, modelo e autoproclamada bruxa e hipnoterapeuta brasileira, que está presa há mais de um ano por envolvimento em um esquema de tráfico humano para prostituição.
A jovem conheceu Kat aos 20 anos pela internet e começou a seguir a influenciadora em 2016. As consultas com Kat, oferecidas em um site e realizadas pelo Skype, começaram quando Desirrê estava casada e morando na Alemanha. As consultas, que variavam de U$ 100 a U$ 250, abordavam questões profissionais e amorosas. No entanto, a coach, alegando ouvir uma "voz", ordenou que Desirrê se divorciasse na primeira consulta.
Em abril de 2022, Kat ligou desesperada para Desirrê, alegando ter sido traída e precisando de ajuda para se mudar para uma nova casa nos EUA. Usando chantagens emocionais, Kat convenceu Desirrê a viajar, pagando as despesas da viagem. Ao chegar nos EUA, Desirrê notou que a realidade de Kat não condizia com a ostentação que ela mostrava nas redes sociais. As declarações foram feitas ao portal O Tempo.
VEJA MAIS
Kat passou a pressionar Desirrê a trabalhar em boates de striptease, alegando que seria um trabalho espiritual. Estabeleceu metas diárias de ganho, chegando a US$ 15 mil, e ameaçava amaldiçoar Desirrê se não pagasse. A rotina incluía danças, programas sexuais, afazeres domésticos e cuidado de animais.
O pesadelo de Desirrê chegou ao fim em outubro de 2022, quando a família de uma vítima mineira denunciou o caso nas redes sociais, e amigos de Desirrê a consideraram desaparecida. Kat e duas vítimas foram presas em novembro pela polícia norte-americana.
Somente após um mês presa nos Estados Unidos, Desirrê percebeu que era uma vítima e decidiu denunciar sua "amiga". Atualmente, ela conta com o apoio de outras vítimas e decidiu compartilhar sua história no livro "@SearchingDesirrê — Minha jornada pela liberdade".
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA