Serial killer testou veneno em cachorros antes de matar idoso com feijoada
Suspeita Ana Paula Veloso foi contratada pela filha da vítima, Michele Paiva da Silva, e recebeu R$ 4 mil pelo assassinato
A polícia prendeu Ana Paula Veloso, de 36 anos, após o assassinato do idoso Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, em abril, no Rio de Janeiro. A suspeita confessou ter envenenado a vítima com feijoada e revelou que "analisou o método e o tempo" da ação da substância tóxica em cachorros antes de cometer o crime. O assassinato foi a mando da própria filha da vítima, Michele Paiva da Silva, que pagou R$ 4 mil a Ana Paula. O corpo de Neil foi exumado na última quinta-feira (9) para análise e confirmação do envenenamento.
Ana Paula Veloso aceitou cometer o assassinato após ser contratada pela própria filha da vítima, Michele Paiva da Silva. Segundo as informações das polícias do Rio e de São Paulo, que trabalham juntas no caso, Ana Paula é natural do RJ, mas residia em Guarulhos (SP) e se deslocou para Duque de Caxias (RJ) para executar o homicídio. O contato com Michele era mantido desde a época da faculdade de Direito no Rio.
Envenenamento e confissão
Neil, de 65 anos, morreu horas após consumir a feijoada durante o almoço em família na Baixada Fluminense. O idoso foi internado no Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias, e teve a morte confirmada por insuficiência respiratória aguda, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva.
De acordo com as investigações, Ana Paula confessou que o objetivo era “analisar o método e o tempo” de ação do chumbinho nos cachorros, a fim de determinar a quantidade exata que seria usada na feijoada para o idoso. O pagamento acertado com Michele Paiva da Silva foi de R$ 4 mil, além do custeio de todas as despesas da criminosa. A motivação do crime ainda não foi divulgada.
Prisão da suspeita e envolvimento da filha
A polícia denominou a suspeita como "psicopata" e "serial killer". Em decisão de setembro, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, da Vara do Júri de Guarulhos, manteve a prisão provisória de Ana Paula “para resguardar a ordem pública”. “Ela evidencia total desprezo pela vida humana e o risco de sua liberdade representa perigo para a ordem pública, tratando-se de uma verdadeira serial killer”, declarou o juiz.
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Investigações apontam que Ana Paula pode estar envolvida em outros três casos de morte por envenenamento em Guarulhos — sendo dois homens e uma mulher —, ocorridos em janeiro, abril e maio deste ano. Ao UOL, o delegado Halisson Ideião, da 1ª DP da cidade, contou que o primeiro assassinato ocorreu em 26 de janeiro, o segundo em 10 de abril, o terceiro — o de Neil — em 26 de abril e o último em 23 de maio.
Michele e Ana Paula foram detidas na última terça-feira (7). Michele foi "identificada como integrante do grupo criminoso" que matou seu pai, segundo nota da polícia. A suspeita também foi presa por uma denúncia falsa de envenenamento em São Paulo (SP). A polícia afirma que, nesse caso de SP, Ana Paula não foi o alvo, mas criou a situação para incriminar o seu amante, devido a uma relação extraconjugal.
O corpo de Neil foi exumado na última quinta-feira (9) para análise dos restos mortais, a fim de confirmar o envenenamento.
(Jennifer Feitosa, Jovem Aprendiz, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)
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