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Modelo que foi encontrada desnorteada evita falar da família

Eloisa Fontes resiste a ser internada, mas acaba aceitando ajuda de equipe

Redação Integrada com informações do Extra e Metrópoles

A modelo Eloisa Fontes, que foi encontrada desorientada dentro do Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, chorou durante o resgate, antes de ser internada em uma clínica. Ela estava de chinelos e vestia uma blusa da seleção brasileira, que recebeu ao ser resgatada do ex-namorado. Horas antes, ela foi vista na Praça General Osório, vizinha à comunidade, descalça, sem blusa e desnorteada.

A história do resgate começou com o morador de rua Antônio Carlos, que é biólogo. Ele informou aos policiais que estava com a alagoana, mas que ela havia sumido. Isso foi na segunda-feira, dia 5, um dia antes de a jovem de 26 anos ser encontrada por uma equipe da Operação Ipanema Presente.

A assistente social Adriana Valentim, sem muitas informações sobre a moça, pediu ajuda a outros moradores de rua que conhecia para encontrar pistas da jovem. No dia 6, um deles informou que a viu perambulando no Morro do Cantagalo. À tarde, uma moradora disse que a jovem estava no interior da localidade.

“A pessoa que nos passou a informação nos acompanhou até o acesso da comunidade. Ao chegarmos lá, ela foi trazida para o lado de fora da comunidade. De imediato, ela se recusou, não queria descer para falar conosco e nem vir até a base. Ela só veio porque confiou na pessoa com quem ela se hospedou (o ex-namorado). Ela já estava vestida, porque ele emprestou uma camiseta para ela, e usava chinelos”, conta a subtenente Elizabeth Viveiros, de 42 anos.

O sargento David Gomes, de 47 anos, policial que a convenceu a entrar no hospital, disse que foi uma situação delicada. “Ela confiou em mim, pegou na minha mão e fomos de carro até o Pinel (Instituto Philippe Pinel). Ela resistiu para sair da van, identificou o local, sabia o que estava acontecendo. Eu falei que ela estava precisando de ajuda, que o médico iria conversar com ela. Ela disse que não queria ficar internada. Falei que era apenas para ela conversar e ir embora e ela respondeu ‘então vamos’”, contou o sargento.

Família

Eloisa evitou falar sobre o seu e a família. Ela é mãe de uma menina de 7 anos, que vive fora do Brasil. O pai é o produtor executivo russo Vivien Birleanu, de 42 anos, com o qual se casou em 2014.

“Dá para perceber que ela não gosta de falar muito do passado. Nem da filha e nem da situação que ela se encontrava lá em Nova York. Ela ficava sensibilizada ao tocar no assunto. Não falou nada da família, tentamos e nada”, diz a subtenente Elizabeth Viveiros, de 42 anos.

Familiares contestam que Eloisa estivesse desaparecida há um ano. “Diferentemente do que fizeram parecer, ela estava esse período todo longe da mídia, mas a família mantinha contato com ela”, disse Daniel Rocha, cunhado de Eloisa, ao Metrópoles. “A verdade é que ela deixou de dar notícias há poucos dias, até ser encontrada. Agora, está sendo cuidada, o que é melhor do que estar na rua”, concluiu Rocha.

Francisco Assis confirma que ela mantinha contato esporádico com a mãe. “Desde final de julho as coisas começaram a desandar. Todos sabiam que ela estava no Rio, com o namorado. Mas ela sofreu alguns surtos e, entre idas e saídas de hospital, deixou todos preocupados”, contou. “Estava em uma situação de rua, em perigo, risco de vida”, disse Assis.

Mãe

A assistente social Adriana Valentim entrou em contato com a mãe da modelo, que não vive no Rio, mas disse que iria à capital fluminense quando a filha fosse liberada pelos médicos. Ainda não há previsão de alta.

Carreira

A jovem mantém a esperança modelo de prosseguir com a carreira internacional. E parte das futuras oportunidades está dentro da mochila que ela guarda com documentos, entre eles a carteira de trabalho original, passaporte e cartas de referências de fotógrafos internacionais com os quais trabalhou.

“Ela sempre anda com uma mochila, que tem a vida dela lá. Eu fui até o apartamento do namorado para buscar e trazer para minha casa. Quando abri, vi que tinha a carteira do trabalho original, cópia da identidade e do passaporte. Há cópias de contratos internacionais com agências da Alemanha, da Romênia, de Nova York. Tinha cartas de referências de fotógrafos famosos, tudo em inglês, romeno e alemão”, conta Francisco Assis, amigo da família e único conhecido deles no Rio.

“Ela fez muitos trabalhos nos Estados unidos e na Europa. Eu li as cartas, que estavam em inglês. Eles falam que ela trabalhou com eles e fazem elogios, enaltecem a capacidade dela. Isso mostra que ela ainda mantinha essa esperança de conseguir novos trabalhos. Eu torço para isso sempre”, diz Francisco.