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Estagiário usava OAB de advogado interditado e com doença neurológica para fraudes em processos

Justiça do Distrito Federal descobriu um esquema criminoso que explorava a vulnerabilidade de um advogado interditado por doença degenerativa

Gabrielle Borges

Um estagiário de 55 anos e outras três pessoas se tornaram réus por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa pela Justiça do Distrito Federal (TJDFT) que descobriu um esquema criminoso que explorava a vulnerabilidade de um advogado interditado judicialmente para utilizar documentos do homem, como a carteira da OAB e movimentar processos judiciais em nome dele.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MPDFT), um estagiário registrado na Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF), usurpou com a ajuda de mais três comparsas, o certificado digital da vítima para protocolar petições, fazer transferências bancárias e levantar valores de alvarás judiciais em nome do aposentado, sem o consentimento e conhecimento dele.

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Para ter acesso ao certificado digital do profissional aposentado, o estagiário, de 55 anos, recebeu ajuda da esposa da vítima. Ela também teria facilitado ao golpista o acesso às contas bancárias do marido. O processo não especifica o motivo de a mulher ter atuado contrário ao companheiro. Além dos dois, participaram da fraude a esposa do estagiário e um advogado com registro ativo na ordem.

Os dois últimos eram responsáveis por enganar a vítima, que tem doença neurológica degenerativa, para captar assinaturas dela. 

O Ministério Público denunciou os envolvidos pelos crimes de estelionato contra idoso, falsidade ideológica, exercício ilegal da advocacia e formação de organização criminosa. Foi solicitada também a devolução total dos valores desviados da conta do idoso.

(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)