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Aniversário de Belém: figuras marcantes marcam identidade da capital paraense

Ao refletir sobre o aniversário da cidade, moradores comentam sobre o orgulho de ser daqui

Camila Guiamrães
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Nestes 407 anos de fundação, Belém veio desenvolvendo características que se tornaram cada vez mais marcantes ao longo tempo, como a culinária, apreciada internacionalmente, a arquitetura, rica em traços multiculturais e o clima, que só quem vive a experiência do mormaço pós-chuva da tarde entende. Porém, nenhuma delas chega a ser tão marcante quanto a própria gente. Figuras típicas da cidade que carregam as preferências, o jeito, o sotaque e até mesmo o cheiro da capital paraense.

Uma dessas pessoas é a erveira do Mercado do Ver-o-Peso, Robertina Soares da Silva, de 54 anos. Há mais de três décadas ela trabalha com a arte ancestral de produzir cheiros, banhos e remédios a partir de ervas específicas da fauna amazônica. Com uma profissão que é passada de geração em geração, tão peculiar à cultura local, Robertina se sente orgulhosa de ser belenense:

"Belém é um lugar bonito, um lugar bem falado. Todos que vêm de fora querem conhecer Belém, o Mercado do Ver-o-Peso, os nossos peixes, as nossas carnes... Eles vêm para conhecer as coisas do nosso Pará, como os incensos, os perfumes, os banhos, as ervas, o pirarucu, que eles sempre vêm atrás. Por isso ela é sempre bem falada", ela comenta.

image Robertina produz cheiros, banhos e remédios a partir de ervas típicas da Amazônia. (Filipe Bispo / O Liberal)

Robertina se considera privilegiada de morar na cidade onde não sente falta de nada, afinal, segundo ela, é possível encontrar de tudo em Belém! Mas o seu maior orgulho é de carregar nas mãos o cheiro daqui, que ela animadamente comercializa, de modo que cada cliente compartilhe um pouco da essência da cidade:

"A minha profissão também só existe aqui. Eu aprendi com a minha mãe, trouxe meus filhos, criei eles aqui e adoro fabricar meus incensos, o Cheiro-do-Pará, patchouli, os produtos de copaíba, andiroba, xarope para tosse, bronquite, asma, banho para descarrego, banho atrativo, banho para desencalhar. É um orgulho essa profissão, é a cara de Belém. Nossas barracas são muito famosas, todos que viajam querem vir aqui. O cheiro que é a cara de Belém é o Cheiro-do-Pará, por isso é o mais vendido. Nele tem a priprioca o patchouli e o cheirinho do Pará", diz, orgulhosa.

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Belém e as ruas

Quem também aprecia compartilhar a cidade com as pessoas é o taxista Marcelo Costa. Há 23 anos conduzindo passageiros pela capital do Pará, Marcelo destaca as praças do centro da cidade como alguns dos seus principais patrimônios:

"Belém é uma das cidades que tem uma arquitetura muito linda, antiga. A Cidade Velha é um exemplo disso, mas precisa ser mais cuidada. Um exemplo é o Bondinho que foi destruído, me deixa muito triste ver que não tem um retorno turístico. Mas uma coisa que eu gosto muito são as praças da Cidade Velha", aponta.

image O taxista Marcelo Costa celebra as belezas arquitetônicas de Belém e deseja que a cidade seja melhor cuidada neste novo ciclo. (Filipe Bispo / O Liberal)

Quando tem a oportunidade de compartilhar um pouco do que Belém tem de melhor com quem não a conhece tanto, como os turistas, Marcelo não fica em dúvida ao indicar os locais certeiros para os viajantes conhecerem e desfrutarem da melhor vista e dos melhores sabores da cidade, ainda que reconheça que a cidade poderia ser melhor cuidada:

"Sempre que eu tenho algum turista na viagem, eu sugiro que eles conheçam nossos pontos turísticos, como a Estação das Docas, Casa das Onze Janelas, Mangal das Garças, todos que temos". E complementa: "Eu desejo que nesta próxima idade Belém seja mais cuidada, que as pessoas cuidem melhor dela, não joguem mais lixo na rua, que tenham mais respeito pelo patrimônio".

image Leitor assíduo dos jornais do Grupo Liberal, Wilson Rodrigues destaca o jeito de ser belenense como um traço marcante da cidade. (Filipe Bispo / O Liberal)

Belém na palma das mãos

Belenense de nascença, Wilson Rodrigues, comerciante de 70 anos de idade, acompanha o dia a dia de Belém nas páginas dos impressos do Grupo Liberal - os jornais O Liberal e Amazônia. Leitor assíduo, ele explica a sensação de acompanhar o passar do tempo e dos acontecimentos nas folhas dos periódicos:

"Eu leio sempre porque esses jornais dão maior autonomia para a gente, por dar as notícias e a gente ficar por dentro do que está acontecendo, até porque às vezes eu chego em casa tarde, não tenho como ver televisão, então o jornal eu pego para procurar me atualizar do que está ou não está acontecendo".

Saudoso, Wilson relembra os tempos em que alguns hábitos eram mais comuns, como sair para rua para brincar, caminhar, sentar na porta e passar o tempo. "Hoje em dia não tem muito mais isso", lamenta. Mas logo em seguida se lembra de um traço que permanece até hoje: o jeito de ser belenense.

"Mas o nosso melhor aspecto é o nosso jeito de ser, a gente sempre busca agradar os fregueses, trata todo mundo bem, nunca trata ninguém com cara feia e as pessoas se sentem seguras que vão ser bem tratadas. Isso é muito bom".

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