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Reforço escolar: alunos de Belém contam com apoio pedagógico para vencer impactos da pandemia

Na EMEIF Miguel Pernambuco Filho, no bairro do Jurunas, mais de 20 alunos do 3º ao 5º participam de atividades lúdicas nas férias para equiparar o aprendizado com os demais alunos

Saul Anjos

Um levantamento de 2019, feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), apontou que mais de 46% dos estudantes do ensino fundamental estão fora da idade adequada para a série que estão cursando. Durante a pandemia, surgiu a necessidade de que as aulas presenciais fossem suspensas. Foi então que as casas dos alunos viraram as salas de aula deles, por meio do ensino a distância. Isso fez com que o índice de desigualdade no ensino aumentasse.

Por conta disso, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) orientou que as unidades municipais, que tivessem alunos com necessidade de equiparar o ensino-aprendizagem com os demais colegas de classe, realizassem no período das férias, o projeto de apoio pedagógico Alfabetiza Belém. 

É o que acontece na EMEIF Miguel Pernambuco Filho, no Jurunas, desde a última terça-feira (3). A ação, que começou em julho do ano passado na unidade municipal, chegou a sua segunda edição e conta com a participação de cinco professoras exercendo atividades lúdicas e descontraídas para mais de 20 estudantes do 3º ao 5º ano do ensino fundamental. 

As atividades ocorrem apenas pelo período vespertino, entre os horários de 14h às 17h, de segunda a sexta. Na Miguel Pernambuco Filho, há duas formas de participar das atividades: a primeira é com a observação dos professores nos alunos que possuem adversidades nas classes e a segunda pode ser com o convite enviado aos pais, para que eles tragam filhos nas atividades.

image As atividades ocorrem de segunda a sexta, das 14h às 17h. (Cristino Martins / O Liberal)

Ana Beatriz Castilho Monteiro, 10 anos, é aluna do 5º ano, e afirmou estar adorando as atividades e que já sentiu melhora nos rendimentos estudantis. Para ela, o momento mais despreocupado, na companhia dos amigos de sala de aula nas férias, está sendo um ponto positivo no aprendizado. 

“Estávamos fazendo umas brincadeiras com contas de matemática. Ver os meus amigos de novo, de quem eu já sentia saudades e estudando com eles, está sendo muito legal. Quando estudei on-line, na pandemia, senti dificuldades. Português foi a disciplina que mais tive dor de cabeça. Agora quando estamos na presencialmente na escola é muito melhor”, relatou Beatriz. 

A pedagoga Adriane Oliveira, 34 anos, que atua com turmas do 4º, explica como as atividades funcionam. Ela conta que os resultados da ação são positivos e que atuam nos pontos onde os docentes mais percebem dificuldades dos alunos. 

“Buscamos atividades dinâmicas resgatar o que pudermos dos alunos, para que em 2023, eles já eles estejam melhores. É feita uma avaliação no período anual e focamos nos alunos que mais tem dificuldade. A partir disso fazemos um planejamento com objetivo na aprendizagem dos estudantes com dinâmicas que trabalhem a matemática, o letramento, que são onde percebemos uma dificuldade acentuada, por isso o motivo de uma intervenção mais dirigida. Também temos atividades recreativas. Percebemos um resultado bastante produtivo dos nossos alunos”, disse a educadora após uma pausa das atividades que realizava com as crianças. 

Ao falar da melhora escola que o filho teve, a doceira Stheicy da Silva Santana, 33 anos, não largou o sorriso do rosto. Ela é mãe do Derlyson da Silva Santana, 4º ano, e diz que que ele a ação foi importante no aprendizado do menino na leitura.

 “Ele começou aqui (Miguel Pernambuco Filho) no mês de agosto do ano passado e ele tinha bastante dificuldade. Não sabia ler. Ele veio para cá e estava estudando com a professora Nazaré e incentivou cada vez mais. Agora ele passou para o 4º ano e já está sabendo ler. A professora Nazaré anunciou no grupo que ia ter a atividade nivelamento no ensino e foi que comecei a trazer ele (Derlyson). O meu filho vem para as aulas e depois vai brincar e faz novas amizades”, contou Stheicy.

Ela comentou ensino do filho durante a pandemia da covid-19 não houve evolução e sim dificuldades. Stheicy diz que o progresso só veio quando as aulas presenciais retornaram e Derlyson contou com a ajuda dos educadores.

 “Fizemos o impossível para educá-lo em casa, colocar para fazer o dever. No que podíamos ajudar, ajudávamos. Ele (Derlyson) não evoluiu como na escola, junto com os professores. Agora que os estudos voltaram a ser presencial, ele melhorou. A educação nas escolas, de forma presencial, faz diferença. Mesmo que em casa há o incentivo dos pais, na escola é muito bom. É como falamos para o meu filho: ‘você vai com toda vontade e incentivo para aprender’. É o melhor para ele”, alegou a confeiteira.

image A ação conta com atividades recreativas e inclusão de brincadeiras infantis para ajudar as crianças a absorverem o conteúdo aprendido nas salas de aula (Cristino Martins / O Liberal)

As atividades recreativas são realizadas levando em consideração os alunos estão estudando. O ambiente, que deixa o aprendizado mais divertido, também utiliza brincadeiras infantis. Aline Ferreira, 31 anos, professora de Educação Física, é professora de Educação Física e conta como ocorre de idealização e implementação das atividades. 

“Como nossas atividades são voltadas para o reforço escolar, se torna uma parceria com as atividades que estão ocorrendo dentro das salas de aula. Os professores estão passando bastante atividades de formação de palavras e de matemáticas. Então eu trouxe um pouco disso para a quadra. Fizemos um pira-pega. As crianças estavam com sílabas presas nas roupas e elas pegavam e juntavam em um determinado canto e tinha que formar palavras com quem elas pegaram, de acordo com as sílabas. Trabalhando a questão de formação de palavras. Fizemos atividades do conhecimento de letras. Às vezes numa sala de aula, tem muitas crianças, e nem todas conseguem tirar dúvidas. Algumas são muito tímidas. Aqui na quadra, em um momento totalmente dedicado a elas, as crianças conseguem esclarecer melhor as dúvidas, tudo de forma mais interessante para elas”, explicou Aline. 

Para o Wilson Paulo Caldas Almeida, 60 anos, diretor da EMEIF Miguel Pernambuco Filho, o programa Alfabetiza Belém trouxe bons resultados.

“Foi super positivo. Em 2021, tivemos uma experiência, no meio das férias de julho, e foi muito bom. Aluno com déficit de aprendizado desenvolveram bastante. Agora é a segunda edição. Vimoso o qual bom foi o resultado e resolvemos aplicar novamente a ação. Os pais gostam, acompanham o trabalho e agradecem a iniciativa. São cinco professoras e entre 20 a 30 alunos. Somente no segundo turno, das 14h às 17h. As professoras de educação física e artes trabalham com atividades lúdicas e recreativas, enquanto as de salas de aulas atuam com interpretação de texto e alfabetização, para que eles desenvolvam a leitura”, concluiu. 

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